Pastores afirmam que não existe base bíblica para a condenação do sexo oral por casados que desejem esta prática

 

Dentre os muitos assuntos “tabu” na Igreja, algumas questões envolvem a área da relação sexual que causam bastante dúvida e controvérsias no meio cristão. De forma teologicamente razoável, e sem deixar a questão fechada, as principais razões para considerarmos uma prática sexual pecaminosa são:

1. A Bíblia precisa proibir;
2. A prática tem de ser comprovadamente antinatural;
3. A prática tem de causar danos à saúde;
4. O caráter da prática na relação – se é ou não humilhante.

Se ambos não possuem qualquer dificuldade com a prática do sexo oral no casamento, é preciso avaliar então os quatro fatores apresentados acima.

É também importante a compreensão bíblica elementar de que o sexo só é permitido dentro do casamento. Logo, tais argumentos e análises do assunto não se aplicam na vida de cristãos que desejam praticar o sexo fora do casamento, pois isto em si é pecaminoso e reprovado por Deus, de modo que, os que vivem assim, não herdarão o Reino de Cristo e de Deus (Ef. 5.5; 1 Co 6.10; Ap. 22.14,15).

Se cristãos devidamente casados desejam praticar o sexo oral em sua intimidade conjugal, é importante que entendamos que ambos devem inicialmente desejar isso, pois o problema pode começar já no fato de um dos cônjuges não se sentir à vontade com a prática – o que já incorre numa reconsideração casuística (análise de um caso específico) por parte do outro.

Para o pastor e teólogo John Piper, o sexo oral não é errado porque 1) não há uma proibição expressa na Bíblia, 2) a prática não é conclusivamente comprovada como não natural – e ele até menciona registros em Provérbios e Cantares de Salomão onde o rei mais sábio da Escritura faz referência aos seios de sua esposa; 3) o prejuízo à saúde em função da prática não existe, a não ser que um dos cônjuges possua DSTs e 4) o casal pode não considerar a prática cruel, o que não os impede de realizá-la de forma sensível e com o objetivo de beneficiar o outro, aumentando-lhe o prazer no ato sexual.

Em seu site, o pastor Denis de Oliveira afirma em uma publicação que o casal não sentirá condenação ao tocar o outro pois já são uma carne após o casamento. “Quem ama a sua esposa, ou esposo, acha nela ou nele a sua beleza, e jamais sentirá condenação em colocar a boca em qualquer parte do seu corpo, pois os dois já são uma só carne!” O reverendo continua explicando: Se não há base bíblica para proibir o sexo oral, isso se oriunda de falsos moralismos, hipocrisia de pessoas que não conhecem a bíblia, dos achismos pentecostais que criam, sob línguas estranhas, que ao invés de promoverem edificação só trazem confusões e intrigas”, disse o pastor.

O pastor e autor Paul David Tripp publicou diversos livros sobre a vida com Cristo, incluindo a vida sexual do cristão, como o livro Sex in a Broken World. Nele, Paul diz que a intenção criativa de Deus era trazer glória a si mesmo pelos prazeres que ele criou. Cada coisa prazerosa foi perfeitamente criada e projetada para refletir e apontar para a maior glória daquele que a criou. Essas coisas foram projetadas para serem prazerosas, mas também para um propósito profundamente espiritual.

Sabe-se que muitos irmãos e irmãs podem discordar destes pontos, por isso mesmo é deixado em aberto a discussão. O mais importante é que sua consciência não pese diante de Deus, com relação a tal prática. Se há escândalo no coração de um dos cônjuges, já há motivos o bastante para se “recuar” e buscar um melhor entendimento e um melhor caminho. O importante é que haja santidade e amor na vida sexual dos casados.

Por Maycson Rodrigues e Milena Scheid
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