Quem está ocupado em esvaziar ou minimizar a reputação alheia está ocupado numa tarefa do Diabo e não do Espírito de Deus

 

Um dos pecados mais saborosos para o ser humano é o pecado envolvendo o uso da língua. O problema deste tipo de prática é que ela o distancia da prática do verdadeiro evangelho. Quem está ocupado em esvaziar ou minimizar a reputação alheia está ocupado numa tarefa do Diabo e não do Espírito de Deus. E infelizmente essa é uma prática muito comum na comunidade cristã.

A Escritura diz sobre a pessoa fofoqueira ou que tem prazer em difamar alguém as seguintes palavras: “As palavras do caluniador são como petiscos deliciosos; descem saborosos até o íntimo” (Provérbios 26.22). E a Escritura continua: “Ele pode fingir e esconder o seu ódio, mas a sua maldade será exposta em público. Quem faz uma cova, nela cairá; se alguém rola uma pedra, esta rolará de volta sobre ele. A língua mentirosa odeia aqueles a quem fere, e a boca lisonjeira provoca a ruína” (Provérbios 26.26-28).

O fim de quem expõe a vida dos outros é sofrer com a exposição da própria vida. “Quem faz uma cova, nela cairá (…)”. Aquele que se diz uma pessoa boa ou que segue os princípios e valores do evangelho, não deveria se ocupar tentando desconstruir pessoas no coração de outras pessoas. Se uma pessoa não tem algo de bom de alguém para falar com outro alguém, é melhor que cale a sua boca.

Em seu site, o pastor e teólogo Olavo Feijó aconselha o cristão a seguir o segundo mandamento e se pôr no lugar do outro antes de falar mal do irmão em Cristo. “De acordo com Jesus, o meio mais eficaz de não destruir o nome e a vida de outrem é colocar-se no lugar dele ou dela: “Façam aos outros o que querem que eles façam a vocês…” (Mateus 7:12)”, afirmou.

“Em outras palavras, quando se trata da fama de alguém, mais do que simpatia, a atitude cristã exige empatia. Somente uma pessoa mentalmente abalada poderá encontrar prazer na autodestruição. Somente um cristão espiritualmente enfermo poderá encontrar prazer em “falar mal” dos seus irmãos! Quando estiver em dúvida sobre o que dizer a respeito de uma pessoa, vai ajudar muito por em prática o “segundo mandamento”, que manda “amar ao próximo como a si mesmo” (Lucas 19:27), concluiu o teólogo.

Ainda que saiba do pecado do outro, a Escritura não habilita expor a pessoa em público. Deus ainda fala por meio do Rei Salomão: “Procure resolver sua causa diretamente com o seu próximo, e não revele o segredo de outra pessoa, caso contrário, quem o ouvir poderá recriminá-lo e você jamais perderá sua má reputação” (Provérbios 25.9,10)p

De acordo com que foi dito pelo presbítero André Sanchez em seu site, o cristão pode comentar e analisar mas com sabedoria para não propagar mentiras. “A Bíblia não proíbe que façamos comentários e analisemos questões que envolvem outras pessoas. Muitas vezes teremos de fazer isso em nossa família, trabalho, estudos, igreja, etc., a fim de nos posicionarmos sobre questões que envolvem outras pessoas. Mas devemos ser sábios para não sermos propagadores de mentiras e acréscimos sobre fatos que envolvem outros” afirmou.

A reputação de quem tenta diminuir a reputação do outro é maculada pela prática da difamação e da fofoca. Pessoas fofoqueiras são geralmente infelizes, porque somente uma pessoa infeliz pode se alegrar com a promoção da infelicidade do outro. Só aceite proferir as palavras boas sobre terceiros e rejeite as palavras más. Melhor falar menos e viver sabedoria cristã do que falar demais e acabar sendo o Diabo de si mesmo e dos outros. Acusação não cabe a um filho de Deus, e sim aos escravos do Caluniador.

Por Maycson Rodrigues e Milena Scheid
Foto STUDIO KIWI/SHUTTERSTOCK