Quando Cristo nos chamou para a comunhão com Ele, nos chamou também para a comunhão com o Seu Corpo
Sabemos que Cristo nos chamou para a comunhão com Ele. Mas há uma segunda verdade a ser observada: quando Cristo nos chamou para a comunhão com Ele, nos chamou também para a comunhão com o Seu Corpo. Logo, é inviável ser igreja sem o senso de pertencimento. “Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia.” (Hebreus 10.25).
Muitos atualmente não congregam mais. As razões são múltiplas: abuso espiritual por parte de pastores e líderes, perda de cargo na igreja, discordância teológica ou doutrinária que originou alguma discussão dura e intempestiva, vítimas de maledicência no contexto local, etc.
No entanto, mesmo que tais justificativas se apresentem como plausíveis, precisamos entender que o ato de “congregar” é também um ato de “agregar”, pois é no ajuntamento solene dos santificados pela Palavra que nos santificamos numa maior intensidade e é quando amamos mutualmente – a despeito de cada falibilidade que encontramos no caminho – que galgamos níveis mais altos na vida cristã.
A Igreja nada mais é que a reunião de pecadores salvos pela graça de Deus. Ninguém é bom demais para pertencer à Igreja de Cristo nem mau demais para deixar de pertencer. O pecado do outro não é mais grave ou menos grave que o meu pecado. E é por isso que eu devo insistir na comunhão e buscar avidamente a paz com todos.
Em algumas circunstâncias, fica um pouco inviável a permanência numa Igreja local “X”. Nestes casos, temos de ser coerentes com a Escritura e buscar servir numa nova comunidade da fé. Não há espaço ou justificativa bíblica para o “desigrejamento” por parte do indivíduo que experimentou a salvação por meio do evangelho de Cristo Jesus. Eu não sou a Igreja, mas nós somos.
Reforçamos a palavra de encorajamento para você afirmando que Cristo é glorificado quando somos um. Se cada cristão assumir essa responsabilidade para si – a de lutar pela unidade e pela Igreja – certamente Seu Espírito nos inflamará de amor e estabelecerá um tempo de celebração espiritual familiar justamente onde o pecado outrora conseguiu um bom espaço de atuação.
Não há remédio mais eficaz para a dor do que a graça de Deus. Que haja graça divina em seu coração para insistir em comungar e encontrar a plenitude na comunidade que, de forma mística e vital, está unida a Cristo.