Há um risco alto para a saúde, dado que o ânus é um orifício relativamente estreito, de revestimento fino e não é naturalmente lubrificado

Para tratar deste tema tão polêmico, precisamos estabelecer alguns pressupostos com base numa estrutura de pensamento pautada na influência hermenêutica da própria Escritura. Vamos considerar quatro fatores fundamentais:

  1. A Bíblia precisa proibir;
  2. A prática tem de ser comprovadamente antinatural;
  3. A prática tem de causar danos à saúde;
  4. O caráter da prática na relação-se é ou não humilhante.

Entretanto, os fatores 2 e 3 já comprovam que o sexo anal deve ser considerado pecado para um cristão, pois a ciência por meio da infectologia já atesta os perigos reais da prática sexual anal. Neste artigo, trataremos dos argumentos científicos, mas especialmente e com muita simplicidade um argumento bíblico que defenderá a tese de que cristãos devem evitar tal prática em suas vidas conjugais.

Avançando para prover informações úteis do universo infectológico, há um risco alto para a saúde, dado que o ânus é um orifício relativamente estreito, de revestimento fino e não é naturalmente lubrificado durante a prática sexual, tornando o ato da penetração muito mais traumático. Como resultado, pode rasgar, facilitando a entrada de vírus e bactérias. Outro aspecto é que a extensa área de mucosa comparada à área de mucosa exposta no pênis abre uma porta de entrada para quaisquer infecções que possam vir junto aos fluidos sexuais do homem.

E mais: para o homem, vírus e bactérias patogênicas presentes em fluidos como sangue e fluido retal, além de uma infinidade de bactérias da microbiota natural do intestino, podem penetrar na mucosa do pênis, na uretra, ou mesmo cortes e feridas presentes no pênis ou dedo causando doenças. Às vezes, esses cortes são tão pequenos que são imperceptíveis para o homem. As infecções sexualmente transmissíveis (IST’s) são uma realidade ainda mais presente nas relações sexuais pela via anal. Algumas das principais doenças sexualmente transmissíveis que podem afetar uma pessoa praticante desta modalidade de ato sexual: HIV, HTLV, Clamídia, Gonorréia, Herpes genital, Hepatite B, Hepatite C, Sífilis e HPV.

Acredito que já elencamos argumentos o bastante apenas com base na ciência para demonstrar que o sexo anal é perigoso e antinatural. Contudo, temos na Escritura uma proposição muito elementar que, talvez, feche a questão. Lá no Éden, quando Deus criou o homem e a mulher, algo foi dito em tom e caráter proféticos: Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. (Gênesis 2:24)

Essa expressão “serão ambos uma carne” é estritamente sexual e marca o início de um casamento. E a relação sexual que naturalmente se encaixa nesta profecia veterotestamentária é exatamente a relação heteronormativa, onde o homem introduz o pênis ereto na vagina lubrificada da mulher. Tudo ocorre de maneira natural e expressa a vontade de Deus para a humanidade, além de ser historicamente aferido o caminho milenar da expansão significativa (ou quase que total) da espécie humana.

Logo, o ponto 1 (“a Bíblia precisa proibir”) entra em voga com bastante força. A Bíblia não proíbe de maneira explícita, mas implícita, quando não “naturaliza” a prática sexual anal desde antes da queda do Homem no Jardim. Simplesmente toda a vergonha sexual só aparecerá no capítulo 3 do Livro de Gênesis, quando diz: E ouviram a voz do Senhor Deus, que passeava no jardim pela viração do dia; e escondeu-se Adão e sua mulher da presença do Senhor Deus, entre as árvores do jardim. E chamou o Senhor Deus a Adão e disse-lhe: Onde estás? E ele disse: Ouvi a tua voz soar no jardim, e temi, porque estava nu, e escondi-me. E Deus disse: Quem te mostrou que estavas nu? Comeste tu da árvore de que te ordenei que não comesses? (Gênesis 3.8-11).

O pecado revela a nudez como algo vergonhoso, e desconstrói o projeto original de Deus para a humanidade. Temos uma justa convicção de que a prática do sexo anal é uma das expressões de um mundo caído que não conhece a beleza e a glória do casamento. Precisamos ensinar em nossas igrejas sobre a importância de um entendimento bíblico e científico claro sobre diversos assuntos “tabu” como este.



Por Maycson Rodrigues