Não somos salvos porque obedecemos; obedecemos porque somos salvos.

 

Os cristãos protestantes não se importam com a comemoração do Halloween no dia 31 de outubro e sim com a celebração da Reforma Protestante, onde verificam a afixação de Martinho Lutero das 95 teses contra as doutrinas heréticas da Igreja Católica Romana na porta da Igreja de Wittenberg (Alemanha), em 31 de outubro de 1517.

Dentre as teses de Lutero, é visto que ele entende que a salvação do ser humano não se dá pela participação em sacramentos – como afirmava a tradição Católica Romana – nem mesmo por meio de compra de indulgências (“um terreno no céu”), mas unicamente pela fé e confiança depositadas em Jesus Cristo, o Senhor. Aqui vale explicar melhor. Não é o fato de se ter fé que te torna salvo por Jesus. Os cristãos não se tornam merecedores da justiça de Deus por fazer boas obras ou por ter fé; são tidos como justos, com base na justiça de Cristo que lhes é dada através do veículo da fé.

Os cristãos são salvos com base na obra de Cristo em seu favor, e não com base no seu próprio mérito (Rm 3.22-24; 5.10-11, 15-21; 8.1-4; 1 Co 1.30; Gl 2.20-21; 3.27-29; 1Pe 3.18). Paulo diz, “considero tudo como perda… para ganhar a Cristo e ser achado nele, não tendo justiça própria, que procede de lei, senão a que é mediante a fé em Cristo, a justiça que procede de Deus, baseada na fé” (Fp 3.8-9). Ele explica também o modo claro que a justificação é realizada inteiramente pela graça e recebida pela fé (Rm 3.25-30; 4.1 – 5.2; Gl 2.16; 3.8-14, 24), fazendo referência ao exemplo de Abraão, a quem Deus colocou sobre ele Sua justiça por causa da sua fé (Gn 15.6; Rm 4.1-25; Gl 3.8-14).

O pastor Walduino Paulo Littig Junior explica em uma entrevista que Lutero exigia que seus seguidores se chamassem de cristãos e não de luteranos, já que a doutrina é de Cristo. “Lutero nunca teve o desejo de formar uma nova igreja e muito menos que seus seguidores se chamassem luteranos. Lutero escreveu assim: “Antes de tudo, peço que não mencionem o meu nome e nem se chamem de luteranos, mas de cristãos. Quem é Lutero? A doutrina não é minha. Também não fui crucificado por ninguém. Em 1 Coríntios 1 Paulo não tolerou que se chamasse os cristãos de paulinos ou petrinos, mas cristãos. Não seja assim, caros amigos, apaguemos todos os nomes partidários e sejamos de Cristo. Os cristãos não creem em Lutero, mas no próprio Cristo; abram mão de Lutero; apegue-se à palavra”, concluiu o pastor.

Esta é uma doutrina vital para todo cristão. A partir deste conhecimento, não se dá vazão ao pecado porque “já são justificados pela fé”; antes, dão testemunho na vida de que o que Jesus Cristo fez por eles continua operando neles crescimento em santidade e desejo por fazer a vontade de Deus e viver para Sua glória. Quem conhece essa doutrina, não aceita mais buscar a aceitação e o amor de Deus pela própria obediência. Saber que são declarados justos com base na justiça de Cristo, que é concedida a eles de graça por meio da fé, é uma libertação da necessidade de tentar salvar a si mesmo, o que os leva a viver para Deus confiando tão somente nos méritos de Jesus.

Os cristão são amados e aceitos por Deus pelo que Cristo fez por eles, e não por aquilo que fazem para Deus. E se entendem isso, vivem como justos… vivem pela fé (Rm 3.17). Saiba mais sobre o assunto lendo a matéria 503 ANOS DE REFORMA PROTESTANTE.

Por Maycson Rodrigues e Milena Scheid
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