O voto não é um documento que te obriga a ficar cegamente do lado de quem possa estar descumprindo promessas de campanha ou mesmo se corrompendo

 

Tanto Jesus quanto Paulo mencionam a responsabilidade de submeter-se às autoridades governantes. A visão de mundo de um candidato revela crenças fundamentais de como eles governarão, especificamente, o que eles acham que precisa ser consertado e cuja função eles acham que é consertar. Leia mais razões para votar na matéria 3 Razões pelas quais Cristãos devem votar.

Quando o assunto é a política no Brasil, o simples ato de se criar uma expectativa positiva em político já se torna uma opção completamente desprovida de sabedoria, pois os políticos brasileiros em geral não conseguem pensar muito além do próprio umbigo. O ser humano é decepcionável e isso tudo mundo já sabe. O ponto é que, na prática, quase nenhum ser humano espera se decepcionar.

No entanto, não é afirmado aqui que nenhum político presta. Apenas é dito que devemos usar uma colher de pedreiro e uma espada – parafraseando o povo de Israel nos dias de Neemias – para que não sejamos pegos de surpresa. O voto é um direito (ou dever, porque é obrigatório) do cidadão brasileiro para que possa escolher seus representantes nos mais diversos cargos públicos, e chegou a época das eleições municipais 2020; porém, o voto não é um documento que te obriga a ficar cegamente do lado de quem possa estar descumprindo promessas de campanha ou mesmo se corrompendo, vendendo-se ao sistema para tão somente atender fins de autopreservação.

Faz-se necessário lembrar que o grande problema da política dos últimos anos foi uma grande parcela do eleitorado erigir um trono de louvor a um pseudo redentor, alguém que veio da classe trabalhadora e que poderia ter um olhar mais sensível e empático aos mais vulneráveis. Quem vota em personalidade acaba se unindo a projetos pessoais de poder, e não de caráter coletivista.

O Brasil, em abril deste ano, lidou com a mais grave crise do governo vigente. E cada um vai tomar partido de um lado. Uns vão apoiar o presidente; outros o ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, que pediu demissão e saiu fazendo graves acusações contra o presidente. É mais prudente aguardar as investigações e também os próximos capítulos deste reality show que só atravanca o país e alegra os bandidos que estão deixados para segundo plano.

A pandemia está aí e a sociedade se divide entre as contas que vencem e o tempo na internet lendo postagens a favor ou contra o governo. Os cristãos têm muito a refletir nesses dias, e isso inclui a possível relação afetiva de cada um com os políticos ou mesmo com a política em si. Se muitos tivessem na proclamação do evangelho nas redes a mesma gana que tem para atacar ou defender um político, teriam com certeza um Brasil completamente diferente do que é hoje.

Enquanto isso não acontece, aprenda o quanto antes a não ter político de estimação e não se importe com quem o tenha – pois chegou o tempo da maturidade política no Brasil, e isso tem de começar no meio do próprio povo brasileiro, a começar em cada evangélico.

Por Maycson Rodrigues e Milena Scheid
Foto: Pixabay