Com poucos meses, os bebês já se movimentam ao ouvir qualquer tipo de música

A música se manifesta em todas as fases da vida do ser humano, sob as mais diversas formas. Ainda em fase de gestação, a futura mamãe utiliza a música para se comunicar com seu bebê que, tão logo venha ao mundo, é acalentado por canções de ninar. Com poucos meses, os bebês já se movimentam ao ouvir qualquer tipo de música, e estes movimentos vão se tornando mais coordenados à medida que eles adquirem maior controle de seu corpo. Podemos dizer que o processo de musicalização dos bebês e das crianças começa espontaneamente, de forma intuitiva, por meio do contato com toda a variedade de sons do cotidiano; incluindo aí a presença da música.

Conheci uma mãe que saía para trabalhar de madrugada e, após o trabalho, fazia a faculdade, e retornava para sua residência muito tarde da noite. Ao sair de casa, seu filhinho ainda estava dormindo e, ao retornar, seu filho já estava na caminha dormindo. Quando aquela mãe chegava a sua casa, e, quase em silêncio, com muito cuidado para não acordar o seu filhinho, pronunciava pequenas palavras direcionadas a seu bebê, este, embora adormecido, ao perceber o som da voz de sua mãe, imediatamente respondia os estímulos sonoros com sorriso, com pequenos socos no ar e pontapés. O fato de aquele bebê passar a maior parte do tempo com sua vovó, não o fazia esquecer o som que lhe acalantou durante o período de gestação.

Segundo Platão, através de sua obra “LEIS”, o pranto de um bebê é acalmado por uma canção de ninar. Nesse sentido, as cantigas de ninar, as canções de roda, as parlendas, as canções religiosas, sacras, profanas, cívicas e todo o tipo de jogo musical tem grande importância, pois é por meio de interações que se estabelecem que os bebês desenvolvam um repertório que lhes permitirá comunicar-se pelos sons.

“Os momentos de troca e comunicação sonoro-musicais favorecem o desenvolvimento afetivo e cognitivo, bem como a criação de vínculos fortes tanto com os adultos quanto com a música”, Brito (2003). Quando maiores, cantam suas músicas favoritas enquanto brincam, ou inventam canções para qualquer coisa. Cantigas e brincadeiras de roda podem ser ouvidas diversas vezes em um ambiente com crianças.

Baseado nas minhas pesquisas, com as devidas referências bibliográficas, faço uma associação, ou seja, uma ponte com o movimento musical (gospel) que praticamos hoje em nossas reuniões de adoração e louvor a Deus, dizendo o seguinte: se em nossas escolas de nível básico, bem como em nossas igrejas fosse implantada uma política educacional cultural musical com professores especializados no assunto, não tenho dúvidas de que, além do desenvolvimento intelectual e cultural, teríamos, no campo sacro religioso, músicas de qualidade com riquezas na harmonia, melodia ritmo e poesia. Por conseguinte, profissionais de qualidades; contribuindo com o crescimento e o desenvolvimento cultural musical de nossas igrejas e do nosso país.

Segundo Paula Perin, a palavra “Gospel” é uma aglutinação da expressão “God Spell” do inglês antigo, que traduzindo ao pé da letra seria “Deus soletra”, mas que, associando ao contexto, significa “Boas Novas”, fazendo uma referência direta à função do Evangelho bíblico, que trata da vinda do Messias (Cristo) ao mundo. Esse tipo de música teve sua origem na música cristã dos negros americanos, o “Negro Spirituals”, no início do século XX. Tratava-se de uma música harmoniosa diversificada em várias vozes (coral), um solista, piano, órgão, guitarra, bateria, baixo, formando um pequeno conjunto musical.



Não podemos negar que a música gospel, atrelada ao movimento neopentecostal, deu um bum nas igrejas evangélicas e nas igrejas que mais cresceram no período de 1991 a 2000, de acordo com o senso, foram, em primeiro lugar, os neopentecostais, a saber: em especial, a Sara Nossa Terra, e depois, as pentecostais Assembleias de Deus. Segundo pesquisa realizada em 2006, pelo Pew Fórum on Religion na Public Life, instituição norte-americana especializada em assuntos religiosos, quase 15% da população brasileira era formada por pentecostais.

Considerando que, em 2006, o número de brasileiros era de 187 milhões, isso significa dizer que havia, naquele ano, pelo menos, 28 milhões de pentecostais em todo o país, dois milhões a mais do que o número de todos os evangélicos em 2000. Assim, com estes assuntos abordados acima, convido-lhes a uma reflexão a respeito do poder da música em todos os seguimentos da sociedade, tanto no sentido educacional, religioso, profissional, medicinal, terapêutico e etc.

Pr Heliobaldo P. dos Santos
Maestro do Coral masculino Vozes do Jordão e da banda de música Clarins de Deus na Assembleia de Deus em Campo Grande, Rio de Janeiro-RJ.

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