O Yoga é uma prática secular que carrega valores espirituais distantes dos valores da fé cristã.

 

Em termos básicos, o cristão verdadeiro pode fazer o que quiser, desde que tenha a consciência de que o faz na presença de Deus. Quem tem um vislumbre da glória onipresente do Criador, jamais incorrerá em práticas pecaminosas que o desagradam. Contudo, sabe-se que “tudo é lícito, mas nem tudo convém”. Ou seja nem tudo é pecado, porém certas coisas podem tirar o foco da adoração. O cristão adora a Deus não apenas quando estão na Igreja entoando cânticos que o exaltam. Adorar a Deus também quando estão em casa, no trabalho, na universidade, no curso de inglês, numa recreação com amigos… enfim, estão o tempo todo diante do Altíssimo e uma vida dedicada a glorificá-lo é [ou deveria ser] o objetivo supremo de todo cristão.

Antes de concluir se o cristão deve fazer yoga ou não, vale a reflexão: “Essa atividade concorda com aquilo que a Palavra de Deus estabelece como a verdadeira piedade?”. É lógico que aquele que crê em Deus pode fazer certas concessões, pois senão ficariam paranoicos com cada série de TV ou filme que fossem assistir ou não frequentariam mais um estádio de futebol, por exemplo. No entanto, tem de verificar em seu coração se já estão espiritualmente maduros e saudáveis para adicionarem uma prática que não é somente secular, mas também carrega valores espirituais distantes dos valores da fé cristã.

O Yoga foca em uma harmonia entre a mente e o corpo. O Yoga deriva sua filosofia de uma crença metafísica indiana. A palavra “Yoga” vem da língua sânscrita e significa “fusão” ou “união” e o objetivo final dessa filosofia é alcançar um equilíbrio entre mente e corpo e alcançar algum tipo de iluminação através do mantra e determinados tipos de exercícios físicos e posturas meditativas. Para alcançar esse objetivo, o Yoga faz uso da respiração, da postura, do relaxamento e da meditação – para alcançar uma vida equilibrada, saudável e alegre. É assim que é descrito em muitos lugares da internet.

Segundo o pastor e escritor John Piper, os cristãos têm uma cosmovisão radicalmente diferente da visão de mundo moldada pelo Yoga. A maneira de enxergar a história, de enxergar a Deus e de entender o que é o bem-estar é radicalmente diferente. A grande questão é que muitos corações se inclinam para servir ao próprio corpo e não a Cristo. Com isso, deixam de alcançar o equilíbrio existencial necessário para uma boa vida e acabam esquecendo da própria vocação em Deus.

A professora de yoga Jo Ann Bauer, é criadora da “Holy Yoga” (Santa Yoga), uma técnica que mescla a prática indiana com preceitos cristãos e garante que a prática pode ser usada por cristãos desde que a meditação seja feita com base na Bíblia e não nos ensinamentos hindus que fazem parte da Ioga. “Estamos convictos de que a respiração, o movimento e a meditação pertencem ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Acreditamos fortemente na recuperação de tudo o que é bom para o único Deus verdadeiro, Jesus Cristo”, disse ela em entrevista à jornalista brasileira Anna Virgínia Balloussier, do blog Religiosamente”.

Não é uma afirmação que cuidar do corpo é algo errado ou coisas do tipo, apenas pontua-se que a busca por equilíbrio mental e corporal deve perpassar pela manutenção da comunhão com Deus por meio do Espírito Santo, de forma que não negligenciem uma coisa em detrimento da outra.

Caso o cristão decida praticar yoga:
Ore: dedique seu tempo sempre a Deus, mesmo se durante a sessão pedirem para dedicar a outra coisa. Peça a proteção de Deus de qualquer influência maligna;
Pense em Deus: em vez de esvaziar a mente completamente, pense sobre Deus, alguma qualidade sua ou um versículo da Bíblia (Salmos 77:12);
Fique atento: se alguma parte da aula de yoga lhe incomoda, não faça. Não se sinta pressionado a fazer tudo, siga sua consciência (Romanos 14:22).

Por Maycson Rodrigues e Milena Scheid
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