O ideal é que não se absorva toda a prática cúltica ou cerimonial dos judeus, como se isso ainda fosse uma prescrição cristã.
Um conhecimento superficial da Bíblia produz uma cultura pseudo-cristã de usos e costumes não prescritos nem por Cristo nem pelos apóstolos. A fé cristã é pautada na Escritura e não nas especulações humanas. O crente é livre em Jesus para comer carne bovina, suína ou aviária; contudo, deve observar apenas o índice calórico e a proporcionalidade de consumo, pois o que a Bíblia sempre vai condenar de Gênesis a Apocalipse é a gula.
Agora, a carne de porco é uma restrição alimentar preservada na cultura judaica que não deveria ser transferida à práxis cristã pelo simples fato de que não estar debaixo de leis civis nem cerimoniais de Moisés.
Em seu site, o pastor Antonio Junior explica que “Quando a pessoa cumpria essas regras cerimoniais, ela demonstrava que tinham compromisso com Deus, mas se não tivesse uma mudança verdadeira de coração, essas regras não tinham valor nenhum, e Jesus muitas vezes criticou os fariseus porque davam mais importância às regras cerimoniais do que às regras morais que têm o propósito de mudar o caráter”.
O que está escrito em Levítico e Deuteronômio – salvo o decálogo e tudo aquilo que abrange a conduta moral do ser humano – deve ser compreendido sempre considerando que tudo é sombra daquilo que ainda seria revelado e cumprido em Jesus Cristo. O ideal é que não se absorva toda a prática cúltica ou cerimonial dos judeus, como se isso ainda fosse uma prescrição cristã.
O pastor continua dizendo que após a ressurreição, Jesus purificou todos os cristãos. “Mas hoje não é pecado comer carne de porco, porque, quando Jesus morreu e ressuscitou, Ele purificou os cristãos de um modo que nenhuma lei cerimonial consegue. Antonio Júnior aponta que consta no evangelho que o mais importante é a fé. “A salvação está baseada na fé e não no cumprimento de regras (Leia Efésios 2:8,9). Basta ler os evangelhos e verá que Jesus veio para tratar do que é mais importante: o coração”, completou.
As palavras de Jesus no texto de Marcos 7,18-19 dizem: E ele (Jesus) disse-lhes: “Então, nem vós tendes inteligência? Não entendeis que tudo o que vem de fora, entrando no homem, não pode torná-lo impuro, porque nada disso entra no coração, mas no ventre, e sai para a fossa?” (Assim, ele declarava puros todos os alimentos.)
A verdade é que a realidade neotestamentária é bastante clara: o povo evangélico viu o cumprimento das leis civis, cerimoniais e morais em Cristo (Mateus 5.17). Agora, vivem sua moralidade debaixo da graça de Deus e usufruem da liberdade com responsabilidade que a mesma graça os outorgou.
O reverendo concluiu que não se deve julgar quem ingere a carne suína. “Então se você achar que mesmo assim não deve comer carne de porco, eu te respeito. Mas só peço que você não condene quem tem outra opinião (Romanos 14:13-15), porque ninguém vai pro inferno por comer ou não comer, e a Bíblia diz para não entrarmos em discussões desnecessárias”.
Por Maycson Rodrigues e Milena Castro
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