Melhor é ser dinâmico, pronto para ouvir e tardio para falar do que ter uma opinião para cada assunto e causar conflitos a toa.

 

Ao parar para refletir, a mente humana está entupida de informações. Nos dias de hoje muitos adolescentes debatem sobre política ou assistem ao noticiário – algo inimaginável algumas décadas atrás –, mas é notável o lado positivo disso. Porém, é preciso cuidar da mente porque a ansiedade pode entrar no vácuo do grande tempo que é gasto consumindo notícias e observando o universo de publicações na rede.

Como disse o teólogo Karl Barth, “o cristão deve segurar numa das suas mãos um jornal e na outra a Bíblia!”. Não é propor uma postura alienante, nem mesmo dizer que é um erro olhar à volta e perceber o que está acontecendo. O sugerido é que o cristão não queira saber tudo, quanto mais opinar sobre, é simplesmente impossível dominar política, economia, ciência da religião, sociologia, história, filosofia, jornalismo, psicologia, teologia etc. Definitivamente, não dá para ser expert em tudo.

É preciso buscar higienizar a mente um pouco da internet e dos noticiários. Ler um livro, estudar sobre alguma coisa, resolver aquele trabalho da escola que está parado enquanto os stories estão todos atualizados. O cristão deve verificar se já conversou com o Pai, através da mediação de Jesus Cristo, sendo guiado pelo Espírito Santo. Isso é muito mais importante e vital nos dias de hoje. E, ao falar sobre coisas importantes e vitais, quem não tem prioridades na vida não consegue concluir projetos e fechar ciclos necessários.

É mais saudável buscar dar opinião quando for solicitado, sobre aquilo que ninguém pediu o seu parecer, que simplesmente deixe pra lá para evitar confusões. Essa é a verdadeira armadilha para afastar pessoas e acabar interferindo nos planos de Deus. É o que a Palavra diz em Tito 3:9: “Evite, porém, controvérsias tolas, genealogias, discussões e contendas a respeito da Lei, porque essas coisas são inúteis e sem valor”.

O escritor de diversos livros sobre a vida cristã, Maurício Zágari, afirma em seu portal na internet que o jeito que o cristão se relaciona com o outro ecoará por toda a eternidade. “Lembre-se: no dia em que o cristão der o passo derradeiro para fora desta vida, tudo isso ficará para trás. Mas o jeito como se relaciona com o próximo nesta vida — inclusive o próximo que discorda e, até, ofende — ecoará por toda a eternidade” explicou Maurício.

Quando Raul Seixas escreveu “eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”, entre ‘ser’ e ‘ter’, melhor é ser dinâmico, pronto para ouvir e tardio para falar do que ter uma opinião para cada assunto e causar conflitos a toa, até para aquilo que um indivíduo não domina porque nunca estudou nem mesmo leu um artigo sobre, quanto mais um livro.

Por Maycson Rodrigues e Milena Scheid
Foto Pixabayopinião