Carlos Alberto é o primeiro negro no ministério do governo Bolsonaro, evangélico, e oficial da reserva da Marinha.

O novo nomeado para o Ministério da Educação, Carlos Alberto Decotelli explica em entrevista para o jornal O Estado de São Paulo, nesta sexta-feira (26) sua posição em relação às bandeiras do presidente como “ideologia de gênero” e escola sem partido. Carlos Alberto é o primeiro negro no ministério do governo Bolsonaro, evangélico e oficial da reserva da Marinha

“Eu sou um técnico. Cresci dentro da Primeira Igreja Batista do Rio e sou voltado para as questões da crença neotestamentária do núcleo evangélico tradicional, como as igrejas Batista, Metodista e Presbiteriana. Nas convicções que estão na Bíblia, no Novo Testamento, eu acredito. Uma questão de fé. É assim que procedo na minha vida”, comenta o ministro.

Ao ser questionado sobre o sistema de cotas, que havia sido extinguido para alunos de pós-graduação e revertido dias depois pelo governo, Decotelli disse que “o sistema de cotas é uma das políticas públicas que são positivas. Eu vejo uma necessidade didático-pedagógica de nós chegarmos ao século 21 e dizer: Olha, não importa a sua etnia, origem de raça ou de cor. Você deve ter sonhos para buscar a sua realidade. Quando você constrói um pré-conceito, você está bloqueando sonhos, destruindo vidas. Quanto menor quantidade de preconceito existir, melhor será a construção de oportunidades para que o ser humano se realize, independentemente de ele ter gênero masculino, gênero feminino, que seja negro ou asiático”.

Segundo o ministro, a sua motivação é “que os brasileiros possam refletir a autocrítica do que queremos como sociedade” e a “grande pergunta” é: “Quais são as formas pelas quais as pessoas vão se sentir bem e iguais e como transformar seres humanos que etnicamente nasceram diferentes, mas com oportunidades iguais na convivência social?”.

Por Milena Scheid
Foto: Divulgação