Precisamos considerar que em nossa Constituição, é direito dessas pessoas de expressarem publicamente sua religiosidade

 

Já aconteceu contigo de estar passando por algum lugar e ver uma pessoa ou um grupo de pessoas fazendo um trabalho daquilo que culturalmente é conhecido como macumbaria? Qual foi a sua reação ao vir tal ação? Será que é prudente ir até o local e fazer algo com aqueles objetos e coisas?

O desafio é complexo, pois mexe primeiramente com a relação com outras religiosidades. Sabemos que existem outras crenças e práticas bem diferentes das nossas, e nos cabe inicialmente respeitá-las por se tratar de pessoas que são criadas à imagem de Deus e que possuem igual valor e dignidade aos olhos do Criador que nós possuímos. A diferença entre nós e eles é a graça que nos alcançou; fora isso, somos todos feitos na imagem divina e todos nós precisamos da graça de Deus em igual medida.

Contudo, vemos que a realidade espiritual é comprovada em nossa experiência de fé e que nossas convicções teológicas e doutrinárias nos levam a compreender que Satanás pode se instrumentalizar das demais religiões para cumprir seus propósitos malignos — o que pode nos afetar diretamente. A batalha espiritual não é uma abstração ou fruto da fantasia cristã, muito pelo contrário, ela é constante e temos que agir nas regiões celestiais se não queremos ser tragados pelo inimigo de nossas almas.

 

E como podemos agir em casos onde presenciamos um trabalho feito na esquina ou na rua?

Em primeiro lugar, temos de orar por essas pessoas que estão aprisionadas ao cativeiro da ignorância espiritual e alienação de Deus. Temos que pedir pela conversão delas e clamar ao Senhor Jesus para que tenhamos oportunidades claras de evangelizá-las. Em segundo lugar, precisamos ainda em oração repreender como Igreja toda obra infernal, declarando a derrota de Satanás contra nós no nome poderoso e santo de Jesus.

Como diz a Escritura em nosso favor: Toda a ferramenta preparada contra ti não prosperará, e toda a língua que se levantar contra ti em juízo tu a condenarás; esta é a herança dos servos do Senhor, e a sua justiça que de mim procede, diz o Senhor. (Isaías 54.17).

E ainda: Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda. Porque aos seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus caminhos. (Salmos 91.10,11)

É fundamental sabermos que o nosso Deus nos livra do mal (Mateus 6.13) e que essa batalha contra o mal, o nosso verdadeiro inimigo, já foi vencida na cruz do Calvário (Colossenses 2.15). O que nos resta é crer e agir dentro da autoridade do nome de Jesus, pois “maior é o que está em vós do que o que está no mundo” (1 João 4.4).

Em terceiro lugar, temos de entender que não é necessário remover o trabalho, pelo simples fato de que o elemento físico não é o nosso problema, e sim a ação no mundo espiritual. Quando oramos e clamamos, isso já é o suficiente para desfazer no mundo espiritual toda obra maligna. E também precisamos considerar que em nossa Constituição, é direito dessas pessoas de expressarem publicamente sua religiosidade assim como nós temos este direito. O que foge dos parâmetros práticos constitucionais é de responsabilidade do poder público, não está sob nossa alçada.

Por fim, sempre precisamos nutrir um espírito de misericórdia e graça em relação às pessoas que possuem este tipo de prática. Elas não são o problema. O problema sempre está em quem as governa espiritualmente. E nos cabe agir sempre com graça e compaixão. Temos o dever de amar o próximo, o que inclui pessoas que creem diferente de nós e até mesmo agem de forma a nos atingir. O espírito cristão deve nos mover para um estilo de vida que está sempre disponível a amar, perdoar e acolher, nunca condenar, afastar e criar inimizades.

Que Deus nos capacite a lidar com sabedoria em situações como essas e também que o Espírito de Deus nos encha de esperança, fé e amor para que essas pessoas sejam tocadas por Cristo através de nós.