Os portadores da síndrome têm um comportamento de autossabotagem, criam em sua mente a ideia de que são insuficientes ou incompetentes para atender os seus projetos pessoais
Na década de 1970 pesquisadores do comportamento humano da Universidade Dominicana da Califórnia identificaram em seus estudos que alguns indivíduos viviam em sofrimento constante com opiniões negativas acerca de si mesmos. O avanço das pesquisas levaram as psicólogas Pauline Clarence e Suzanne Imes em 1978 a chamarem este sentimento de “Síndrome do Impostor”. Embora não seja listada como uma doença esta síndrome é identificada como uma desordem da autopercepção do indivíduo, tal observação acaba por nos levar a pensar nela como sendo uma enfermidade. Os portadores da síndrome têm um comportamento de autossabotagem, criam em sua mente a ideia de que são insuficientes ou incompetentes para atender os seus projetos pessoais. Todo ser humano tem em si, de forma natural, uma tendência a pensar ser incapaz diante de grandes desafios, este tipo de posicionamento é descrito por alguns especialistas como uma, dentre muitas, armadilhas do cérebro humano. É necessário esclarecer que cada cérebro irá reagir de maneira própria diante de determinada situação, logo a gravidade da síndrome varia de um indivíduo para o outro.
Alguns sintomas são facilmente detectados em tais indivíduos, o sentimento de não pertencimento é comumente verificado, tal sentimento ocorre quando o portador se acha como “um peixe fora d’água”, não se vê como alguém digno de fazer parte, deste ou daquele grupo, geralmente acabam por se afastarem destes grupos. Outro sintoma muito comum desenvolvido pelo mal é a autossabotagem, nestes casos os indivíduos tentam de várias maneiras fugir de situações e experiências que os façam sentirem-se inseguros, quando percebem que perderam boas oportunidades se arrependem da atitude que tomaram.
Existem ainda muitos outros sintomas tais como: autocrítica excessiva, ingratidão, procrastinação, autodepreciação, entre outros, mas existe um que pode ser definido como o principal o sentimento de comparação seria o sintoma que estamos nos referindo, os outros sintomas podem ser encontrados em um ou outro indivíduo, mas este é comum em praticamente todos os que sofrem com a Síndrome do Impostor. Este sintoma produz uma ideia de que todos são melhores e mais capazes que ele, isso acaba fazendo com que o indivíduo entre em uma roda viva atrás de um ideal de perfeição irreal e inatingível, um simples comentário leva o indivíduo a atitudes de comparar pequenos pontos e acontecimentos ocorridos em sua vida com os da vida de outras pessoas, sempre com olhar depreciativo em relação si mesmo.
A Neuropsicologia apresenta algumas maneiras para reduzir o problema. Mas aqui falaremos de algumas maneiras que nos são apresentadas na Palavra de Deus. Podemos encontrar na Bíblia algumas instruções de como devemos agir para não nos deixarmos abater e nos mantermos firmes. Olhar para frente sempre com olhar de esperança é um bom remédio para vencer, deixar o passado no passado e andar em frente buscando o que Deus tem de melhor para nós. Fp. 3. 13 – 14 “Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.”
Outra instrução nos é dada pelo próprio Cristo quando nos mostra que Ele é o que nos garante o sucesso sobre as circunstâncias Jo 15. 5 “Eu sou a videira, vós, as varas; quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim nada podereis fazer.” Quando reconhecemos que a nossa capacidade é turbinada por Cristo ficamos mais seguros em relação ao sucesso de nossos projetos. A vida é um constante treinamento e precisamos aprender a viver bem nas diversas condições as quais nos deparamos, um bom exemplo nos é apresentado pelo Apóstolo Paulo. Fp 4. 12 “Sei estar abatido e sei também ter abundância; em toda a maneira e em todas as coisas, estou instruído, tanto a ter fartura como a ter fome, tanto a ter abundância como a padecer necessidade.”
Quando chegamos a este nível de entendimento das nossas capacidades conseguimos enxergar as coisas com a mesma visão que Paulo assimilou do Senhor Jesus Fp 4.13 “Posso todas as coisas naquele que me fortalece.”. Seja forte e lembre-se das Palavras do Senhor Js 1. 9 “Não to mandei eu? Esforça-te e tem bom ânimo; não pasmes, nem te espantes, porque o Senhor , teu Deus, é contigo, por onde quer que andares.”. E fique firme com o posicionamento de um vencedor 1 Co 16.13 “Vigiai, estai firmes na fé, portai-vos varonilmente e fortalecei-vos.”
Por Pastor Israel Maia
Teólogo, Psicanalista, Escritor, Professor Universitário e Pastor presidente na Assembleia de Deus Iguaba Grande Ministério Madureira.
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