O estudo feito pela Fundação leva em consideração o contato entre os alunos com o grupo de risco e afirma que cerca de 60 mil pessoas devem precisar de cuidados intensivos

 

A Fundação Oswaldo Cruz prevê até 3 mil novas mortes por Covid-19 no Rio de Janeiro caso as aulas voltem em Agosto. O estudo leva em consideração o contato entre crianças e adolescentes de 3 a 17 anos com familiares no grupo de risco, como idosos com mais de 60 anos e pessoas com diabetes, problemas no coração ou pulmões. Segundo a Fiocruz, cerca de 60 mil pessoas devem precisar de cuidados intensivos.

O cálculo de óbitos foi feito pelo epidemiologista Diego Ricardo Xavier, de acordo com ele, a volta às aulas fará com que parte do grupo de risco interrompa o isolamento social “A gente precisa lembrar como se dá a dinâmica familiar. Muitos pais saem para trabalhar e deixam os filhos com os avós. Mas, quando a criança voltar para a escola, vai acabar levando o vírus para essa população de risco, que não terá como seguir isolada. Acabou o ‘fica em casa’ para esses idosos. A doença é menos prejudicial na população mais jovem. Mas eles funcionam como vetores do vírus” alertou.

O pesquisador observa que “Se o vírus voltar a subir de forma abrupta, não vai ser possível atender toda essa população. Os leitos já estão ocupados para atender o que ficou para trás por conta da covid-19”. A Fundação recomenda, caso as aulas voltem, a aplicação de exames PCR, que são testes com coleta no nariz e garganta do paciente, que permitem detectar o RNA do vírus.

O Sindicato dos Professores do Rio de Janeiro realizou uma reunião com a Vigilância Sanitária, na última terça-feira (21) para discutir sobre o assunto e apontou que os exames PCR não constavam no protocolo de retomada às aulas “Fiz esse questionamento na reunião e fui informado de que a testagem para os profissionais não está no protocolo. A nossa visão é a mesma da Fiocruz. Entendemos que ainda é prematuro para a retomada das aulas. Não é o momento para a volta às aulas” explicou Oswaldo Peles, o presidente do sindicato.

A prefeitura contestou o Sinpro e afirmou que os professores haviam apoiado a proposta de retomada parcial das escolas e em nota encaminhou relatos feitos por eles aprovando a decisão.

Por Milena Scheid
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