As informações apontam que a colocação involuntária do DIU e esterilizações feitas pelo governo são uma tentativa de diminuir a taxa de natalidade no norte da China

 

Nas últimas semanas, o pesquisador e cronista da Fundação Jamestown, Dr. Adrian Zenz, apresentou relatórios com denúncias de abusos de direitos humanos na província de Xinjiang. Segundo informações, o Partido Comunista Chinês (PCC) esterilizou à força e tomou outras medidas na tentativa de diminuir a taxa de natalidade no norte da China. Se os relatórios forem provados reais, essa campanha do governo Chinês seria considerada uma forma de genocídio, de acordo com a definição das Nações Unidas.

O relatório de Zenz apresenta, com base em informações públicas, que o crescimento da população chinesa havia diminuído 90% entre 2014 e 2019 e um declínio não natural presente na população geral. Esse declínio ocorreu por conta dos programas de esterilização que o PCCh realizou forçadamente na população de Guma e Hotan, em 2016 e continuam até o presente.

O planejamento familiar do governo exigia 8.064 esterilizações, 6.000 colocações de DIU e 157.301 verificações de DIU. Em um ano, o Condado de Guma agendou 14,1% de todas as mulheres casadas em idade fértil para esterilização e Hotan agendou incríveis 34,3% das mulheres jovens. Com base nas estatísticas de Xinjiang, Dr. Adrian estima que apenas 3,0% das mulheres na faixa alvo deram à luz em 2019.

Segundo o diretor da Academia de Ciências Sociais de Xinjiang, Li Xiaoxia “Ao limitar o ‘crescimento excessivo da população’ do povo uigur, a área poderia evitar empobrecer e capitular o ‘extremismo religioso e divisões”. Os acadêmicos acreditam que o governo também associa as taxas de natalidade altas aos religiosos que não aprovam a prática de abortos.

Por Milena Scheid
Foto Ju Peng/ Xinhua