Para ajudar alguém que está à margem da sociedade, é preciso investimento emocional e prático

 

Não negue oportunidade para alguém que precisa de ajuda. Possivelmente você está atravessando uma turbulência em sua vida e tudo indica que não há saída. Nesta hora é preciso buscar ajuda, não de qualquer pessoa, mas de alguém que se relacione com Deus. Há, na Bíblia, um livro chamado Filemom, epístola que narra a história de um homem escravo, chamado Onésimo, um fugitivo da cidade de Colossos, cujo dono chamava-se Filemom.

Esse escravo buscou solução fugindo do seu senhor, no entanto entendeu que essa não era a melhor opção. Procurou alguém que pudesse dar-lhe uma direção. Esta pessoa foi o Apóstolo Paulo, que se colocou à disposição do escravo fujão. O primeiro passo foi dado, o reconhecimento de que precisava de ajuda. É difícil alguém conseguir se erguer sozinho.

Para ajudar alguém que está à margem da sociedade, é preciso investimento emocional e prático. Não é muito comum encontrar investidores nessa área que, aparentemente, não vai trazer retorno. No entanto este é um ledo engano. Deus fez um alto investimento em alguém semelhante a Onésimo. “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”, Jo 3.16.

Deus deu Seu filho para morrer em favor de alguém com as seguintes características colocadas pelo salmista: “Sei que sou pecador desde que nasci, sim, desde que me concebeu minha mãe”, Sl 51.5.  O destino do escravo era a morte: “Pois o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor”,Rm 6.23.

Quando se pede ajuda, é sinal de que a pessoa precisa de uma oportunidade. Onésimo para a sociedade da época era considerado alguém inútil: “Ele antes lhe era inútil, mas agora é útil, tanto para você quanto para mim”, Fm 1.11.

Assim como Jesus se propôs a pagar uma dívida que não era sua, entregando-se na cruz para morrer a nossa morte. Ele não levou em consideração que éramos completamente inúteis: “E quando vocês estavam mortos nos seus pecados e na incircuncisão da carne, ele lhes deu vida juntamente com Cristo”, perdoando todos os nossos pecados, pois pagou a nossa dívida com Deus, conforme está escrito em Cl 2.13-14: “Cancelando o escrito de dívida que era contra nós e que constava de ordenanças, o qual nos era prejudicial, removeu-o inteiramente, cravando-o na cruz”.

O altruísmo praticado por Jesus em relação à humanidade não tem explicação, “a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não levando em conta os pecados dos seres humanos e nos confiando a palavra da reconciliação”,2 Co 5.19. Sendo assim, Paulo, sendo imitador de Cristo, põe em sua conta uma dívida que também não era sua: “Portanto, se você me considera companheiro, receba-o como receberia a mim. E, se ele causou algum dano a você ou lhe deve alguma coisa, ponha tudo na minha conta”, Fl 1:17,18.

O altruísmo praticado por Paulo em favor de Onésimo é uma demonstração do propósito do Evangelho de Jesus Cristo. Em suma, Paulo foi desafiado a demonstrar o amor que recebeu de Cristo.  Filemom também foi instigado a praticar o mesmo em relação a seu escravo Onésimo. À vista disto, somos desafiados a imitar essas atitudes de amor ao próximo. Seja bênção na vida de alguém que está à margem da sociedade; sentindo-se inútil. “De graça recebestes, de graça dai”.

Antonio Paulino da Silva
Escritor – autor do livro DE JERUSALÉM A ROMA – atos e as cartas inspiradoras – lançado pela PoD Editora – 2 edição 2021.