Atualmente, nenhum dos atuais ministros da Suprema Corte é evangélico.
Na última terça-feira (26/10), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) discursou durante um culto na igreja Assembleia de Deus em Boa Vista. Na ocasião, reiterou seu desejo de que o pastor André Mendonça assuma uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF). A indicação foi feita em julho deste ano após a saída do ministro Marco Aurélio, mas está empacada.
“Estamos, se Deus quiser, na iminência de ter um pastor ministro do Supremo Tribunal Federal. Uma pessoa que tem um currículo invejável, que tenho conversado com ele de há muito, que sabe das dificuldades não para passar na sabatina – que ele passa com nota quase 10 –, mas da dificuldade, na votação secreta, de ter seu tome aprovado”, afirmou Bolsonaro.
Atualmente, nenhum dos atuais ministros da Suprema Corte é evangélico. Não surpreende que o STF já tenha permitido o casamento gay, o aborto em caso de anencéfalos, criminalizado a homofobia, aberto a possibilidade de transgêneros mudarem o nome sem cirurgia, proibido o “escola sem partido” e ainda dado aval para prefeitos e governadores fecharem templos como medida de isolamento social contra o coronavírus.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), tem barrado a marcação da sabatina de Mendonça, primeiro passo para a análise da indicação. O senador tem forte resistência ao nome e defende alternativas. Depois de sabatinado pela CCJ, Mendonça precisa reunir os votos favoráveis de 41 dos 81 senadores, maioria absoluta em plenário, para assumir uma cadeira na Suprema Corte.
André Mendonça foi ministro da Justiça e Segurança Pública e Advogado-Geral da União da atual gestão. “Ele não quer nem eu quero perseguir ninguém dentro do Supremo Tribunal Federal. Não queremos perseguir ninguém. Queremos é levar a paz lá para dentro, o equilíbrio. Essas pautas sobre conservadorismo o tempo todo estão dentro daquela Casa”, afirmou o presidente.