As igreja de Tianmen e Betel, no distrito de Jianxi foram demolidas pelas autoridades chinesas sob o pretexto de estarem bloqueando a “construção de estradas”, apesar de serem registradas pelo Estado.
O diretor da Igreja Tianmen havia recebido um aviso sobre demolição de construções ilegais em 29 de maio, apesar de ter apelado ao Departamento de Assuntos Étnicos e Religiosos para provar que a igreja tinha todas as permissões necessárias, as equipes de demolição chegaram às 5 da manhã no dia 31 de maio. Um membro da congregação de Betel disse: “Depois que o bloqueio do coronavírus foi suspenso estávamos esperando que a igreja fosse reaberta para os serviços. Mas foi demolida. Isso está forçando, nós, crentes, a um beco sem saída”.
A Igreja Tianmen era uma das igrejas “três-auto”, ou seja, registradas pelo Estado, um membro da congregação conta que o apoio do Estado é uma forma de controlá-las e fechá-las “O apoio do estado às igrejas de ‘três-eu’ é nominal. Eles só querem controlá-las, fechá-las ou destruí-las, enquanto mentem a todos sobre as liberdades religiosas na China”. Segundo as autoridades, o prédio impedia a construção de um novo canal, outro membro contestou dizendo: “Eles poderiam ter evitado a demolição, mas um desvio para o canal foi feito de propósito, para garantir que a igreja tivesse que ser demolida”.
A repressão às igreja pelas autoridades chinesas têm crescido à medida que o estado está assumindo o controle administrativo das mesmas. O controle inclui o fechamento de centenas de “igrejas domésticas”, congregações não registradas e igrejas “três-eu”, milhares de prisões e detenções, aprisionamento de pastores e instalação forçada de câmeras de vigilância em algumas igrejas.
Por Milena Scheid
Foto Bitter Winter