Muita gente ganha dinheiro às custas da saúde mental de quem usa as redes sociais. Quanto as pessoas pagam para usar o Facebook ou o Instagram? E o Tik Tok?
Tim Kendall, ex-executivo do Facebook uma vez explicou o lado bom e ruim das redes sociais. “Essas ferramentas criaram coisas maravilhosas no mundo. Elas reuniram membros perdidos de famílias, encontraram doadores de órgãos, ocorreram mudanças significativas e sistemáticas ao redor do mundo por causa dessas plataformas. Foram positivas! Mas fomos ingênuos quanto aos efeitos colaterais”.
Google, Facebook e outras gigantes lucram com anúncios direcionados. E esse direcionamento só é possível porque quem usa a internet fornece dados para essas empresas o tempo todo. Cada clique, curtida, comentário e tempo passado olhando para uma imagem é guardado e muito bem utilizado por essas companhias. O objetivo é manter os usuários cada vez mais conectados para que, assim, ele forneça mais dados e esteja mais exposto à publicidade.
Tristan explica que há três objetivos principais na maior parte dos algoritmos criados por gigantes de tecnologia. “O de engajamento, para aumentar o uso, e manter o usuário navegando. O de crescimento, para que sempre convidem amigos e os faça convidar outros amigos. E o objetivo de publicidade, para garantir que enquanto tudo acontece, eles estejam lucrando o máximo possível com anúncios”, concluiu.
Pelo ponto de vista do lado social, os sistemas de inteligência artificial podem ajudar na disseminação de notícias falsas e teorias da conspiração, facilitando a manipulação política. Além disso, ao mostrar para os usuários apenas aquilo que ele gosta, as redes sociais criam também bolhas sociais, dividindo cada vez mais a sociedade em dois posicionamentos políticos distintos, além de impulsionar o extremismo.
O Brasil é o terceiro colocado em tempo de permanência na rede. O internauta brasileiro passa, em média, nove horas e 14 minutos conectado diariamente. O número, levantado pelo instituto de pesquisa We Are Social, situa o país atrás apenas de Tailândia e Filipinas. Aceitar o fato de que é dependente dessas tecnologias e que esse uso excessivo está atrapalhando a vida social, os estudos, o lazer e os relacionamentos é o primeiro passo para a busca da libertação da dependência digital. Além da manipulação, é possível também diminuir os riscos de se viciar na tecnologia.