Quando alguém permanece sendo quem é, o resultado é um encontro não apenas com o melhor de si, mas uma percepção maior do melhor que há nos outros.
Um grande desafio nesta vida é não ser o que os outros querem que você seja. Há uma pressão psicológica muito forte em toda a sociedade para você abandonar valores que construíram sua identidade até este momento e começar a abraçar um estilo de vida completamente antagônico a tudo o que pôde viver. E o maior dilema é este: permanecer sendo quem é, a despeito do que acharão disso.
Você está pronto para permanecer sendo você? Mesmo que isto signifique a perda de popularidade, aceitação dos outros e outras oportunidades de ascensão social? Saiba que ninguém nesta vida poderá ter tudo o que deseja, e muitas vezes as pessoas perdem mais do que ganham; a vida é um universo de complexidades existenciais que implicam em você aprender, de um modo ou de outro, que o modo cartesiano de enxergar quase sempre não funciona.
É importante sabermos que nesta vida, sempre alguém vai perder. Perder gente, perder oportunidades, a motivação para continuar em algum projeto e por aí vai. Ainda é possível perder virtudes morais como a compaixão, a alegria e a mansidão, ou vícios como o consumo de drogas ou pornografia; a verdade é que nossa identidade é construída a partir de escolhas ligadas à nossa existência o tempo todo, o que implicará em decisões por ‘ganhar’ ou ‘perder’ no caminho. Torno a perguntar: você deseja de fato isso?
Para que você não deixe para trás os valores principais de sua vida para sofrer uma desconstrução existencial, é necessário 1) reconhecer que suas virtudes são mais preciosas que os seus vícios e 2) trabalhar arduamente para manter vivas em seu modo de viver tais virtudes e procurar aniquilar toda e qualquer influência que alimente os vícios morais. E essa decisão não pode ser dada a terceiros; é um dilema pelo qual você deve passar e isso terá um custo real para sua alma.
Quando alguém permanece sendo quem é, ainda que isso implique em perdas significativas relacionais ou emocionais, o resultado é um encontro não apenas com o melhor de si, mas uma percepção maior do melhor que há nos outros, e este ciclo de olhares sadios forma um ambiente favorável para a manifestação do amor e de todo o bem que pode ser vivenciado nesta vida. Em termos práticos, quando você insiste em fazer o bem, em perdoar, em ajudar as pessoas, em compartilhar o que tem, em servir alguém que está necessitando de auxílio, o que você recebe de volta é a bondade, a misericórdia, a generosidade dos outros, pois o que se semeia na vida, se colhe na mesma.
E a Bíblia já falava sobre isso há milênios de anos. Observe o que o apóstolo Paulo escreveu à igreja da Gálacia: “Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne da carne ceifará a corrupção; mas o que semeia no Espírito do Espírito ceifará a vida eterna. E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido”, Gálatas 6.7-9.
Em outras palavras, plantamos e colhemos e tudo está ligado a quem somos. Se você permanecer sendo um ser humano que reflete tudo aquilo que é ligado ao bem, certamente você viverá dias repletos de luz e as pessoas à sua volta perceberão isso de forma gradativa e progressiva. Pense nisso!