A mulher deixou de ser coadjuvante para assumir um lugar diferente na sociedade, com novas liberdades, possibilidades e responsabilidades
Por Monique Suriano
moniquesuriano@yahoo.com.br
Mulheres e homens ao longo de boa parte da história da humanidade desempenhavam papéis sociais muito diferentes. Algumas culturas, como a ocidental, associaram a figura feminina ao pecado e à corrupção do homem, como pode ser visto na tradição judaico-cristã. Da mesma forma, a figura feminina foi também associada à ideia de uma fragilidade maior que a colocasse em uma situação de total dependência da figura masculina, seja do pai, do irmão, ou do marido, dando origem aos moldes de uma cultura patriarcalista e machista.
Com a Revolução Industrial, a mulher assumiu uma posição como operária nas fábricas e indústrias, deixando o espaço doméstico como único locus do seu trabalho diário. De lá pra cá, a sociedade feminina em geral iniciou uma dura caminhada na busca pela independência e por direitos iguais aos dos homens. Hoje a mulher tem mais autonomia e liberdade de expressão, ela deixou de ser coadjuvante para assumir um lugar diferente na sociedade, com novas liberdades, possibilidades e responsabilidades.
Diferente da realidade passada, onde as esposas eram proibidas de trabalhar fora, hoje, a maioria dos homens modernos impõe a independência financeira da esposa, por isso as mulheres não ficam mais restritas ao lar como donas de casa. Elas comandam escolas, universidades, empresas, cidades e, até mesmo, países, a exemplo da presidenta Dilma Rousseff, primeira mulher a assumir o cargo mais importante da república. Mas questão é? Como a mulher moderna consegue conciliar esses vários papéis? Como ser mãe, esposa, dona de casa, empresária, e serva de Deus? E porque as mulheres que optam pela administração exclusiva do lar são tão desvalorizadas na sociedade atual? Será que a família deixou de ser o maior bem?
Para a pastora Elisabete Gils, da Igreja Manancial de Deus em Campo Grande, ser dona de casa é uma função tão honrosa quanto qualquer outra profissão. “Cuidar da casa, dos filhos, da família, é uma função muito digna. Se quando crescer uma de minhas filhas optar por ser dona de casa, eu vou achar ótimo”, opina. Além de pastora, esposa e mãe, Elisabete ainda exerce a função de empresária. “É muito difícil conciliar tudo, mas com equilíbrio e a ajuda de Deus tudo se resolve. Tento me espelhar na mulher descrita no livro de Provérbios 31.10, uma mulher exemplar, temente a Deus, dedicada em seus afazeres, conselheira, amável, humilde, entre outras qualidades”, ressalta.
A pastora Elisabete aproveita para alertar as mulheres a não priorizar o trabalho, mas sim a família. “A prioridade da mulher de Deus deve ser amar a Deus sobre todas as coisas e em seguida cuidar da família. É muito importante ser uma mãe presente na vida dos filhos, para que eles não se sintam em segundo plano, trocados pelo trabalho ou igreja. A mulher também precisa ter o cuidado de preocupar-se primeiro com a sua casa, e depois com a obra de Deus. Nossa família é o nosso maior bem”, conclui a pastora.