Pastor Marcio Faria esclarece sobre as manifestações do Espírito durante o culto
Por Monique Suriano
moniquesuriano@yahoo.com.br
O JRE entrevistou o pastor Márcio Farias, da Igreja Assembleia de Deus no Brás-SP, no fechamento do 21° Congresso da União de Adolescentes da Catedral das Assembleias de Deus em Santa Cruz no mês passado. Avivado, o pregador falou sobre a vida de Davi. “O que incomodava seus parentes é que nada perturbava Davi e tudo ele atribuía a Deus […] Você pode não ser o predileto do seu pai, o predileto da sua mãe, mas você é o predileto de Deus. Se você tem um sonho no seu coração que ainda não se realizou, aguarda porque Deus vai cumprir!”, garantiu o pastor Márcio durante a pregação que levou cerca de 30 adolescentes a se reconciliaram com Cristo. Confira a entrevista.
JRE: Você é um pastor pentecostal, mas muitas denominações criticam as manifestações corporais, como pulos e danças, no momento em que os irmãos se alegram no Espírito. Muitos dizem que isso é plágio das religiões Afro-brasileiras como o candomblé, o que o senhor pensa sobre isso?
Pr. Márcio Farias: Eu não acredito na cópia, porque na macumba o espírito toma o corpo da pessoa, porque ele não tem corpo e precisa de um corpo para dominar. Ao contrário do Espírito de Deus, que não domina o seu corpo. Os irmãos se alegram com a presença de Deus, mas ninguém perde a consciência, ninguém fica em transe. No culto evangélico, você tem liberdade para adorar se você quiser, não existe um ensaio: ‘faça isso! faça aquilo!’ Já na Umbanda, por exemplo, você é obrigado a fazer tudo que o espírito quiser, porque naquele momento o diabo está incorporado em você. Agora… quanto a se alegrar no Espírito durante o culto, eu gosto; levantar do banco é bom, bater palma é bom, marchar é bom, tudo é para a glória de Deus. Quando Davi trouxe a Arca da Aliança, ele saltava como um bezerro novo. Na presença de Deus, até a tristeza salta de alegria. Então eu gosto, aceito, apoio e não tenho vergonha de nenhuma dessas manifestações.
JRE: Existe alguma relação entre as batalhas travadas no mundo espiritual com a marcha do crente na igreja? Enquanto o irmão marcha no poder, Deus está desfazendo as obras do diabo?
Pr. Márcio Farias: Analogicamente sim, teologicamente não. Napoleão Bonaparte derrubou uma ponte marchando com o exército dele, mas não para Deus. Agora o que eu não posso derrubar marchando na presença de Deus? Aí vai muito da fé daqueles que adoram a Deus. Enquanto você marcha aqui, Deus pode te abençoar e repreender a enfermidade. Ele não é o Deus dos exércitos? Não é o Senhor dos exércitos? A igreja não é comparada a um quartel general? Então porque não marchar, se ele é o Deus dos exércitos e se nós somos os soldados do seu exército?
JRE: O incentivo pela busca do batismo com o Espírito Santo é uma característica do seu ministério?
Pr. Márcio Farias: Eu cresci na igreja, tenho 32 anos na Assembleia de Deus e o meu pastor sempre nos ensinou que a meta das nossas festividades era a salvação de almas e o batismo como o Espírito Santo; eu cresci com isso arraigado em mim. Se não houver salvação de almas e batismo com o Espírito Santo em sinto dentro de mim que faltou alguma coisa. Então eu sou daquele pregador que pensa assim: ‘Eu posso nem terminar o sermão, mas se tiver batismo eu atingi o meu objetivo. Eu posso nem ir até ao final, mas se no meio da pregação uma alma aceitou a Jesus eu já atingi o meu objetivo. Então eu tenho essa linha de pensamento, eu acredito que o batismo com o Espírito Santo tem que ser incentivado, porque poder de Deus faz toda a diferença no mundo que vivemos.
Como o senhor define uma igreja avivada no tempo que estamos vivendo?
Uma igreja avivada não é só uma igreja em que as pessoas falam outras línguas, ou línguas estranhas ou a língua dos anjos, ou ainda uma igreja onde existam profecias, revelações. Uma igreja avivada é uma igreja que aprecia a Palavra de Deus. O que gera avivamento é a Palavra.
Agora fala um pouquinho da sua vida pessoal, carreira, família.
Eu tenho 39 anos de convertido, porque essa é a minha idade. Quando minha mãe aceitou a Jesus, eu tinha meses então eu fui criado na igreja e nunca me desviei graças a Deus. Sou formado em Teologia, em História, em Direito, e abandonei o curso de Engenharia Mecânica no terceiro ano da faculdade. Eu prego a Palavra de Deus desde os 11 anos, apesar de nunca desejar ser um pregador. Meu sonho era ser um delegado federal; estudei para isso, me preparei para isso, mas no pódio esse sonho foi abortado, Deus me disse: ‘Eu te quero como meu profeta, eu te quero como meu pregador’. Eu sou casado, minha esposa se chama Marta. Tenho dois filhos: um de oito anos, que se chama Jefter e um de 12 anos, que se chama Samar. Moro em Diadema, no ABCD de São Paulo e congrego na Assembleia de Deus no Brás, sou co-pastor do pastor Samuel Ferreira.
Foto: Arquivo Cadesc