“O que está acontecendo hoje é diferente; as pessoas me convidam para cantar e pregar”, explica Neide Martins
Por Monique Suriano
moniquesuriano@yahoo.com.br
Uma das notícias que mais repercutiu nos últimos meses foi a separação da dupla pentecostal Alisson e Neide. Mas Edineide do Nascimento Martins, mais conhecida como Neide Martins, 45 anos, seguiu em frente na carreira solo. Ela participou do último Congresso da Cadesc e mostrou que, em dupla ou sozinha, o que importa mesmo é adorar a Deus. E, é claro, a equipe de reportagem do JRE esteve lá e aproveitou a oportunidade para saber detalhes sobre o término da dupla e conhecer mais sobre a vida e o ministério da cantora paulista, membro da Igreja Assembleia de Deus no Brás.
JRE: Como foi que você começou a cantar?
Neide Martins: Aos 16 anos, eu cantava totalmente desafinada, mas não desistia do sonho de cantar. Foi quando o meu líder de mocidade, vendo a minha vontade, me orientou a pedir a Deus o dom de cantar. Ele me disse para acordar às 3h da manhã para orar a Deus nesse sentido. Ele dizia: ‘Não peça voz bonita, nem técnica vocal, peça a graça de Deus para você cantar com unção e as vidas serem tocadas por Deus’. Eu levei a sério (risos). Mas as coisas não aconteceram assim tão rápido. Eu só comecei a cantar aos 21 anos. Hoje eu não tenho voz bonita, nem técnica nenhuma, mas eu canto do jeito que Ele me chamou para adorar. Porque o importante não é cantar, é adorar independente da voz.
JRE: A dupla Alisson e Neide acabou recentemente, por quê?
Neide Martins: Foram 8 anos de dupla. Foi Deus quem fez essa junção. O Alisson é meu sobrinho, filho da minha irmã mais velha. Estava tudo muito bom, mas infelizmente ele decidiu romper. Eu não queria. Mas ele é muito novo, só tem 25 anos, tem muitos sonhos ainda. Então nós conversamos, acertamos tudo, não teve briga.
JRE: E como foi que você encarou o término da dupla?
Neide Martins: Foi muito difícil, eu fiquei muito triste. Eu nunca imaginei viver essa situação, eu achava que a dupla nunca ia terminar. Chorei muito, quis desistir. Um dia eu estava na minha sala decorando as músicas e comecei a chorar. No meu pensamento, eu estava decidida a parar de cantar. Naquele momento, eu recebi a ligação do pastor Jackson, da dupla Jackson e Talita, me convidando para cantar no Bom Samaritano. Eu disse a ele que não iria, porque não queria cantar mais. Então ele foi usado por Deus e me disse para não desistir. Eu recebi o ânimo de Deus e aceitei o convite, foi lá no Bom Samaritano onde eu cantei a primeira vez sozinha. O Senhor me honrou naquela noite e eu decidi que não iria parar.
E o relacionamento de vocês, como ficou depois disso?
Ficou numa boa. As pessoas pensam que nós brigamos, mas não foi isso. A gente se fala pouco, porque ele mora um pouquinho longe da minha casa, mas terminou tudo em paz, graças a Deus.
Como é cantar sozinha, depois de tantos anos cantando em dupla?
Agora eu estou me descobrindo. Na dupla, geralmente, eu ficava mais atrás, porque o Alisson sempre foi extrovertido, mais pra frente, e eu sempre na retaguarda. Mas agora a responsabilidade é só minha. É um desafio, mas está sendo muito bom. E o Senhor tem falado comigo que vai me levar a outro patamar. O que está acontecendo hoje é diferente; as pessoas me convidam para cantar e pregar.
Você também compõe?
Não sou compositora não, mas, às vezes, Deus me dá alguma coisa. Eu escrevi a música “O Encontro”, título do meu CD solo, que fala sobre a história da viúva de Naim, o encontro da vida com a morte; está muito bonito. O clip oficial dessa música já está com mais de 750 mil visualizações no Youtube para a glória de Deus.