O deputado e pastor Marco Feliciano (PSC-SP) pode ser excluído da Convenção Geral das Assembleia de Deus do Brasil (CGADB) por ter dado uma entrevista à revista “Playboy” no mês passado, cujo carro-chefe é a publicação de fotos de mulheres nuas.
Feliciano tornou-se alvo de críticas após sua passagem pela Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados e havia concedido à entrevista como direto de resposta ao humorista Gregorio Duvivier, do canal Porta dos Fundos.
Sobre sua entrevista o parlamentar afirmou que não poderia perder a oportunidade e que sua intenção não era estimular a compra da revista, mas atingir os leitores. “A revista perguntou se eu queria falar. Jamais perderia essa oportunidade. A entrevista com meu testemunho pessoal tem um alvo: os leitores daquela revista. E os crentes que fiquem em oração”, disse Feliciano.
Na entrevista Feliciano tratou de suas experiências com drogas antes de sua conversão, sobre sua posição a cerca da homossexualidade e outros temas polêmicos como sexo anal, criticas ao governo e do seu desejo de se tornar presidente, além de criticas a ex-senadora Marina Silva.
A iniciativa de exclusão do pastor partiu da Convenção Fraternal das Assembleias de Deus no Estado de São Paulo (Confradesp), presidida pelo pastor José Wellington Bezerra da Costa, presidente da CGADB e da Assembleia de Deus em São Paulo.
Caso o processo de exclusão permaneça o nome do parlamentar, que é líder da Assembleia de Deus Catedral do Avivamento, deve ser encaminhado a CGADB e sua exclusão poderá ser votada em uma Assembleia Geral Ordinária (AGO).
Durante a realização da 41ª AGO Feliciano recebeu o apoio dos confrades. Na ocasião, a AGO aprovou uma “moção de apoio” ao deputado que estava sofrendo perseguição política devido sua permanência na CDHM. O presidente da CGADB chegou a defender o Pastor Marco Feliciano durante entrevistas concedidas a diversos veículos de imprensa.
A Confradesp reúne cerca de oito mil pastores do Ministério do Belém no Estado de São Paulo e decidiu abrir uma apuração contra Feliciano em seu conselho ético. Para os pastores o conteúdo da entrevista não é o problema, mas a mídia que a transmite.
O pastor Lelis Washington diz que o problema está na revista e não nas declarações de Feliciano. “Deixando de analisar a entrevista, não é essa literatura que recomendamos aos fiéis”, disse.
Feliciano já havia afirmado que é histeria dizer que sua entrevista estimulará os evangélicos a comprar a resta e que no máximo sua participação revelará o “caráter” de muitos cristãos.
A reunião que decidiu avaliar o comportamento de Feliciano ocorreu nesta terça-feira (6) e o procedimento pode levar a desde uma advertência a exclusão de Feliciano da CGADB. Caso o processo chegue a esta gravidade, os pastores deverão pedir o “descredenciamento pastoral”.