Fogo Amigo
O “fogo amigo” é uma ideia forjada no campo de batalha, onde soldados do mesmo exército acabam ferindo aqueles que deveriam proteger. Dependendo do engano, erro ou desatenção, o “fogo amigo” pode destruir vidas como já vimos na história contemporânea. Dentro das relações humanas, o “fogo amigo” faz os amigos se tratarem como inimigos em um determinado momento na batalha da existência. Sendo assim, ele de fato não é amigo.
O “fogo amigo” não é amigo porque contraria os princípios de Deus. Ao depor contra o equilíbrio entre as relações se torna atroz nos relacionamentos. Tornando-se algo perigoso e transformando-se em ameaça ao bom entendimento nas várias esferas da vida – familiar, conjugal, profissional, espiritual – o “fogo amigo” traz prejuízos incalculáveis. Lembre-se: tudo aquilo que contraria os princípios de Deus não deve ser valorizado por aqueles que pertencem ao exército de Deus (Sl 19.7-10).
O “fogo amigo” não é amigo porque pode machucar. Quantas vidas são feridas por aqueles que deveriam proteger e acariciar. As vítimas do “fogo amigo” podem sofrer de uma “queimação no coração”, podem ver “amputados” os seus sonhos, podem ter sua esperança “mutilada”, podem ser “golpeados” por palavras, podem perder a alegria na “batalha” da vida e podem ser marcados por “hematomas” emocionais. Lembre-se: tudo aquilo que machuca o outro não deve ser valorizado por aqueles que pertencem ao exército de Deus (Fl 4.8).
O “fogo amigo” não é amigo porque pode “matar” uma pessoa em termos existenciais. Aqueles que são alcançados inesperadamente pelo “fogo amigo” têm em suas existências conseqüências gravíssimas. Aparentemente morre a satisfação nos relacionamentos. Morre o desejo de viver com o outro. Morre o bom entendimento entre as partes na caminhada da vida e da fé. Morre aquilo que deveria prevalecer. Morre o carinho que outrora, sobejava de forma graciosa. Morre as atitudes amorosas em prol daqueles a quem chamamos de irmão. Ao usar o termo aparentemente o faço na expectativa da possibilidade real do milagre de Deus em recrear, restaurar e avivar corações e mentes. Afinal, tudo que Ele faz é bom (Gn 1.31). Lembre-se: tudo aquilo que pode “matar” existencialmente não pode ser valorizado por aqueles que pertencem ao exército de Deus.
Sejamos amigos no fogo, companheiros de batalha, sinceros irmãos, vigias do bom relacionamento, construtores de Deus, “fabricantes” de boas ações, consoladores em tempo de desesperança, sábios conselheiros, zelosos no cumprimento das ordens do grande Mestre, atiradores que miram no único adversário, estrategistas que visam a glória do Pai e servos de Cristo que vestem todas as peças da armadura de Deus (Ef 6.10-18).