Fogo Amigo
A expressão “fogo amigo” foi está ligada ao ambiente das guerras contemporâneas. Alguma acontece impedindo que os soldados de um mesmo exército venham reconhecer os seus próprios amigos na batalha.
O chamado “fogo amigo” tem trazido consequências devastadoras, como vimos recentemente na guerra dos Estados Unidos contra o Iraque. Quantos morreram no campo de batalha, vítimas dos seus compatriotas ou aliados! Armas que precisavam ser apontadas para o inimigo, foram, por falta de discernimento, apontadas para amigos.
Uma comunidade de fé pode sofrer as consequências do “fogo amigo”. Isso ocorre quando falta maturidade e alguns não entendem que só existe um inimigo em comum. Está escrito: “Vistam toda a armadura de Deus, para poderem ficar firmes contra as ciladas do Diabo” (Ef 6.12-NVI).
O “fogo amigo” ocorre quando alguém que deveria zelar pelo bem-estar do seu irmão age de forma contrária, usando sua língua para maltratar, desanimar, e em alguns casos provocar a “morte”. Está escrito: “Não andarás como mexeriqueiro entre o teu povo; nem conspirarás contra o sangue do teu próximo. Eu sou o Senhor” (Lv 19.16-NVI).
O “fogo amigo” ocorre quando tratamos nossos amigos e irmãos como se fossem nossos maiores adversários, através de “disparos carnais” que trazem dor e sérios problemas à comunhão cristã. Está escrito: “Assim, façam morrer tudo o que pertence à natureza terrena de vocês: imoralidade sexual, impureza, paixão, desejos maus e a ganância, que é idolatria. É por causa dessas coisas que vem a ira de Deus sobre os que vivem na desobediência, as quais vocês praticaram no passado, quando costumavam viver nelas. Mas agora, abandonem todas estas coisas: ira, indignação, maldade, maledicência e linguagem indecente no falar” (Cl 3.5-9-NVI).
O “fogo amigo” ocorre quando não enxergamos o irmão como irmão e aliado na frente de batalha, antes acabamos destruindo sua vida com uma simples atitude impensada, que leva o exército de Deus a se fragilizar, quando devia se fortalecer. Está escrito: “Se por estarmos em Cristo nós temos alguma motivação, alguma exortação de amor, alguma comunhão no Espírito, alguma profunda afeição e compaixão, completem a minha alegria, tendo o mesmo modo de pensar, o mesmo amor, um só espírito e uma só atitude. Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a si mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros” (Fl 2.1-4-NVI).
O “fogo amigo” ocorre quando nos distanciamos dos nossos irmãos e sofremos de uma espécie de “miopia espiritual”, que nos leva a uma visão estreita da comunhão, acarretando uma postura não conveniente ao corpo de Cristo. Está escrito: “Alegrem-se na esperança, sejam pacientes na tribulação, perseverem na oração. Compartilhem o que vocês têm com os santos em suas necessidades. Pratiquem a hospitalidade. Abençoem aqueles que os perseguem; abençoem, e não os amaldiçoem” (Rm 12.12-14-NVI).
O “fogo amigo” não é amigo. Ele destrói vidas e relacionamentos. Ele acaba com a alegria cristã e prejudica o cumprimento dos propósitos de Deus na vida da igreja. Portanto, devemos agir como soldados de Deus e membros do seu reino, apontando nossas armas contra nosso único adversário, jamais contra nosso irmão. Está escrito: “Irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo suplico a todos vocês que concordem uns com os outros no que falam, para que não haja divisões entre vocês; antes, que todos estejam unidos num só pensamento e num só parecer” (I Co 1.10-NVI).