Mesmo em meio à adversidade e medo, pastores em Buenaventura, Colômbia, resistem à visível guerra da droga e à invisível guerra espiritual opositora ao evangelho de Cristo. O barulho de tiros constantes, ameaças e violência enchem o ar e os moradores da cidade portuária ocupada são forçados a fugir de suas casas em função do conflito que consome a região
As condições políticas instáveis e a economia falida de Buenaventura contribuíram para que a cidade se tornasse um lugar de grande derramamento de sangue e tráfico de drogas. A localização privilegiada da cidade portuária fez dela um centro para o comércio de drogas na rua e movimenta cerca de 250 toneladas de cocaína por ano através dos canais, em grande parte lanchas com destino à Costa Rica e Panamá.
Devido a brigas constantes entre quatro grupos armados ilegais que buscam o controle sobre Buenaventura, a violência aumenta quando jovens, com pouco policiamento iniciam atividades criminosas, sem respeito algum pela vida humana. A cidade é um lar invadido pela violência, onde crianças são sequestradas, assassinadas brutalmente e usadas como moeda de troca.
Entre aqueles que lutam pela sobrevivência em Buenaventura, 23 pastores perderam sua vida e muitas congregações foram destruídas. Mesmo assim, enquanto a maioria dos pastores foi forçada a sair de Buenaventura por causa do medo ou a ameaças, alguns escolheram ficar. Diante de uma enorme pressão, os pastores que permaneceram continuam resistindo à batalha e oposição dos membros da guerrilha.
O Pastor Hernando Parra*, que vive em uma região famosa pela violência das quadrilhas criminosas, escolheu alcançar os próprios indivíduos que aterrorizam a cidade e viu nisso uma grande oportunidade de falar de Cristo. Com uma equipe de jovens cristãos, Parra obteve permissão para entrar na área, uma vez por semana, e ministrar aos membros das gangues locais, que estão com problemas. A equipe trabalhou em Buenaventura, até dezembro de 2013, quando foi informada por membros de um grupo armado ilegal que não poderia mais continuar pregando ali.
Outro pastor resistiu a um membro da guerrilha ‘cara-a-cara’, quando forçado a deixar sua casa e sua congregação. O homem ameaçou extorqui-lo, mas o pastor agiu com firmeza. Apesar das ameaças, o membro da guerrilha finalmente o deixou e não mais retornou.
Porém alguns pastores não são tão corajosos. Muitos, agarrados ao medo, não estão dispostos a quebrar o silêncio depois de verem mortes horríveis de cristãos que escolheram falar. Cristãos que se atreveram a denunciar a violência e as atividades dos senhores da guerra foram punidos ou arrastados para especializadas “casas de assassinato”, ou “casas de pique”, e brutalmente executados como exemplos.
Após atos implacáveis de violência, sequestros e chantagens, os pastores estão vendo suas congregações deslocadas e dispersas. Ameaças de morte, extorsão e assassinatos permanecem enquanto os guerrilheiros intensificam suas táticas de perseguição. Muitos cristãos estão fugindo de Buenaventura.
Pelo fato da situação ter se tornado crônica, é grande a ruptura da unidade familiar, a falta de bons empregos e deterioração do sistema de ensino. A economia da cidade também está falida. Muitos jovens que agora lutam ao lado dos membros da guerrilha cresceram ao lado de irmãos e irmãs cristãos, que agora estão fugindo da região.
Diante da perseguição e da violência, pastores em Buenaventura estão se reunindo de forma consistente para orar e jejuar.
*Nome alterado por questão de segurança. Interceda pelo trabalho de Deus em Buenaventura, Colômbia, e pela segurança dos pastores e membros. Ore para que a igreja na Colômbia seja fortalecida e cada dia mais efetiva na pregação do evangelho de Jesus Cristo.
Fonte: Portas abertas