Para os cristãos, a prática de falar palavrões é uma questão que vai além da etiqueta social

 

*Por Monique Suriano

No cotidiano, é comum deparar-se com o uso de palavras de baixo calão em diversas situações, seja no trânsito, no ambiente de trabalho ou até mesmo em casa. Porém, para os cristãos, a prática de falar palavrões é uma questão que vai além da etiqueta social; trata-se de um comportamento que pode impactar sua vida espiritual e testemunho. Mas o que a Bíblia realmente diz sobre isso? E como os líderes religiosos interpretam essas passagens?

A Bíblia aborda a questão da fala e do uso das palavras em várias passagens. Em Efésios 4:29, o apóstolo Paulo adverte: “Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe, mas só a que for boa para promover a edificação, para que dê graça aos que a ouvem”. Essa passagem é frequentemente citada para argumentar que os cristãos devem evitar palavrões e qualquer linguagem que não edifique os outros.

Em Colossenses 3:8, Paulo também instrui: “Mas agora, despojai-vos igualmente de tudo isto: ira, indignação, malícia, maledicência, palavras torpes da vossa boca”. A linguagem aqui utilizada é bastante direta, deixando claro que as palavras imorais e ofensivas não devem fazer parte da vida do cristão.

O pastor Marcos Silva, da Igreja Batista da Paz, afirma: “As palavras têm poder, e isso é uma verdade bíblica. Quando usamos palavras ofensivas, não estamos apenas desrespeitando os outros, mas também estamos afastando-nos dos ensinamentos de Cristo. O cristão é chamado para ser luz e sal na Terra, e isso inclui a forma como nos comunicamos.”

Já a pastora Ana Clara Souza, da Igreja Metodista do Amor, ressalta a importância do testemunho: “Falar palavrões pode minar nosso testemunho como seguidores de Cristo. As pessoas ao nosso redor observam nossas ações e palavras. Quando usamos uma linguagem que não reflete os valores cristãos, podemos prejudicar nossa capacidade de compartilhar o evangelho de forma eficaz.”

O pastor João Pedro Alves, da Assembleia de Deus Central, faz uma reflexão sobre o impacto espiritual: “A Bíblia nos ensina que a boca fala do que o coração está cheio (Mateus 12:34). Se estamos preenchidos com o amor de Deus e com a Sua Palavra, isso deve se refletir em nossa fala. Os palavrões são um reflexo de um coração que ainda precisa ser transformado pelo Espírito Santo.”

A perspectiva bíblica e pastoral sobre o uso de palavrões é clara: as palavras que saem da boca de um cristão devem ser usadas para edificar e não para destruir. Falar palavrões é visto não apenas como uma falta de educação, mas como uma prática que pode prejudicar o testemunho e a vida espiritual de um cristão. Em um mundo onde a linguagem vulgar é cada vez mais comum, os cristãos são chamados a fazer a diferença, escolhendo palavras que tragam graça e edificação aos que os ouvem.

*Monique Suriano é jornalista e escreve sobre temas religiosos e a aplicação prática da fé no cotidiano.