Um deputado estadual e outro federal perderam seus mandatos por participarem de evento religioso às vésperas das Eleições 2014
O deputado estadual Márcio José Machado Oliveira (PTB-MG), conhecido como Missionário Márcio Santiago, teve seu registro cassado pelo TRE-MG (Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais) após acusação de abuso de poder religioso.
Outro deputado que também perdeu o mandato foi o deputado federal Franklin Roberto de Lima Souza (do PTdoB) acusado no mesmo processo de usar um evento religioso para conquistar eleitores.
Quem acusou os deputados foi Marques Batista de Abreu (PTB-MG), ex-jogador do Corinthians e Atlético-MG que assumiu no lugar de Márcio Santiago o posto de deputado estadual.
Segundo ele os dois deputados participaram de um evento organizado pela Igreja Mundial do Poder de Deus em Belo Horizonte onde subiram ao palco a convite de Valdemiro Santiago que pediu votos aos fiéis. No mesmo evento panfletos e outros materiais de campanha foram distribuídos aos participantes do culto que foi transmitido pela TV Mundial. O evento aconteceu dias antes das eleições do ano passado, o missionário – que é sobrinho do apóstolo Valdemiro Santiago – foi eleito com 76.551 votos e perdeu o mandato para Marques que teve 39.027 votos.
Na ação contra os deputados, os advogados do ex-jogador alegam que houve abuso de poder religioso por conta de um “atrelamento de pedido de votos a crenças e práticas religiosas” e os magistrados do TRE-MG aceitaram a denúncia. “Existem estudos recentes acerca de uma nova figura de abuso no direito eleitoral denominada de abuso de poder religioso”, diz a sentença dos magistrados. “É inegável que os investigados Márcio Santiago e Franklin Souza foram os beneficiários do abuso econômico levado a efeito pelo apóstolo Valdemiro Santiago, na medida em que esse líder religioso que é, conclamou os fiéis a votarem nos candidatos de sua predileção, que se encontravam ao seu lado”.
Em sua defesa, o missionário Márcio Santiago afirmou que estava no evento como parte da Igreja Mundial e não como candidato político. “Não se tratava de um evento político. E, sim, de uma celebração religiosa. Não há como desconsiderar que muitos fiéis, pelo fato de me verem como um líder espiritual, podem ter manifestado individualmente sua opção política por mim.” Ele irá recorrer da decisão junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Já o deputado Franklin de Lima e Souza e a Igreja Mundial não se manifestaram sobre o assunto segundo a reportagem do UOL que entrou em contato com as assessorias.
Fonte: noticias.gospelprime.com.br
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