Por Daniella Fernandes

Ela é mulher, cristã e defende com garra os direitos das crianças e adolescentes. Umas das suas maiores lutas é contra a exploração sexual infantil e a pedofilia, que tanto tem assolado as crianças na atualidade. Liliam Sá que é super envolvida com políticas públicas, causas humanitárias e já foi eleita por três vezes vereadora da cidade do Rio de Janeiro, concedeu uma entrevista exclusiva ao Jornal Regional Evangélico e falou um pouco da trajetória política e de assuntos polêmicos, como a ideologia de gênero, aborto e cristão na política. Confira.

JORNAL REGIONAL EVANGÉLICO – Uma das suas lutas é em defesa das crianças e adolescentes. Quais projetos você já implementou em defesa desse público?

LILIAM SÁ – Comecei minha vida pública há quase 20 anos, procurando crianças desaparecidas no Programa Rio Criança da TV Record/RJ. Fui autora e relatora da CPI da Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, que mandou para cadeia políticos pedófilos em diversas cidades do Brasil, entre eles o maior pedófilo do Brasil: o prefeito de Coari, da cidade do Amazonas, caso que foi amplamente divulgado pela imprensa. Exerci três mandatos de vereadora na cidade do Rio de Janeiro, entre os anos 2000 e 2010, onde criei a Comissão Permanente dos Direitos da Criança e do Adolescente e implantei na Rede Municipal de Saúde o tratamento da obesidade infantil. No Congresso Nacional apresentei, entre outros projetos, a PEC que federalizou o julgamento dos crimes sexuais contra crianças, do Projeto de Lei que aumentou as penas, de um terço a um sexto, para os abusadores sexuais que tenham parentesco com a vítima até o terceiro grau, assim como pessoas que cuidam ou tenham a guarda da criança.

JRE – Por que você se identifica em defender a família e os princípios cristãos?

LILIAM SÁ – Porque acredito que a família é a base da sociedade. É através dela que podemos mudar tudo o que está aí. Para você ter uma ideia, no Congresso Nacional, existem mais de 120 projetos contrários à família e aos valores cristãos. Ao lado da Bancada Evangélica consegui criar o estatuto do nascituro, derrubar o aborto e a ideologia de gênero do Plano Nacional de Educação; mas, infelizmente, a ideologia de gênero nas escolas está de volta e tramita na Câmara de Vereadores do Rio.

JRE – Como um cidadão comum pode ajudar a combater a exploração sexual infantil e a pedofilia?

LILIAM SÁ – A principal arma do cidadão é a denúncia. Posso citar o caso do Coronel reformado da PM que estuprou, dentro de um carro, uma menina, um bebê de dois anos. Graças à denúncia, os policiais chegaram a tempo, salvaram a criança e prenderam em flagrante esse monstro imundo. A mulher que cuidava da criança, enquanto a mãe trabalhava, também foi presa. Hoje até para deixar sua criança com alguém tem que se ter cuidado. A denúncia pode ser feita pelo Disque 100, Ligue 180, Conselho Tutelar e à própria polícia através do 190.

JRE – O que a senhora acha da ideologia de gênero e como ela tem sido implantada na cabeça das crianças?

LILIAM SÁ – A Ideologia de Gênero está diretamente ligada à destruição da família tradicional composta por pai (homem), mãe (mulher) e filhos (meninos e meninas). Essa resolução é uma manobra disfarçada de “luta contra o preconceito”, mas o que realmente se pretende é acabar com as famílias brasileiras. Considero a ideologia de gênero nas escolas a mais perigosa das armadilhas de satanás para destruir as famílias. No Congresso Nacional conseguimos derrubar no Plano Nacional de Educação, mas como tudo de ruim que acontecia no governo, eles encontraram uma forma de empurrar por “goela abaixo” uma resolução que trata especificamente sobre este assunto. Essa resolução vai atingir alunos de escolas do ensino infantil até o ensino médio, com idade entre 6 e 18 anos e já tramita na Câmara Municipal do Rio de Janeiro.

JRE – Qual seu posicionamento sobre o aborto em caso de estupro?

LILIAM SÁ – Sou contrária a qualquer tipo de aborto, defendo a adoção como forma de combater essa prática. Mas respeito a posição de cada mulher.

JRE – A senhora considera que o povo cristão não se interessa pela política? Por quê?

LILIAM SÁ – Muitos cristãos ainda veem a política como uma coisa maligna e não aceitam que os pastores apoiem candidatos. O que na minha opinião é ruim, pois acabam elegendo muitas pessoas que não têm compromisso com a população, com a família e os valores cristãos. Por isso, muitas vezes, somos surpreendidos com projetos contra a família, como, por exemplo, a legalização do aborto, da maconha e a ideologia de gênero.

JRE – Quais são as maiores barreiras que um político cristão enfrenta no exercício do mandato?

LILIAM SÁ – Acredito que a discriminação, pois somos contrários a muitas questões, como aborto, legalização das drogas, entre outros, que para a maioria é coisa do passado. Somos criticados e chamados de retrógrados e fundamentalistas, simplesmente porque defendemos a família tradicional e os valores cristãos, como por exemplo, tirar o nome de pai e mãe da certidão de nascimento e trocar por cuidadora, que é um absurdo.