O que fazer para apimentar a relação e não deixar o relacionamento conjugal esfriar?

Por Daniella Fernandes

Rotina. Essa é a palavra mais citada como a vilã de um relacionamento saudável e feliz. O trabalho, a correria, os filhos, os serviços domésticos, os projetos pessoais, as coisas simples e corriqueiras do dia a dia podem atrapalhar, e muito, a vida sexual de um casal. Muitos reclamam que, depois que casam, a frequência do sexo diminui e a conquista diária, da época de namoro, fica para trás. O JRE, interessado na saúde sexual dos casais cristãos, elaborou essa matéria com profissionais no assunto, para dar dicas e conselhos para melhorar o relacionamento sexual dos casais.

De acordo com a sexóloga, psicanalista e cristã da Igreja Batista Betânia, Selma Marques, a rotina é um dos fatores circunstanciais que mais afetam o casal. “Quem espera que o clima de paixão dure para sempre certamente se desapontará. O bom é que é possível se reprogramar e despertar o cérebro para a paixão. Com um bom planejamento e um convicto investimento, podem ser recriados muitos momentos alegres e românticos vivenciados pelo casal”, aconselha. O pastor do Ministério de Casais Amo Você, Zaqueu Medeiros, que trabalha com famílias há 15 anos, também concorda que a rotina e o comodismo no casamento atrapalham a vida sexual do casal e que é preciso sempre inovar na relação. Ainda segundo o pastor, é preciso trazer de volta o romantismo ao relacionamento, pois a falta dele cria uma barreira para o sexo. “Uma das reclamações constantes das esposas é a falta de sensibilidade masculina. Meu conselho é que os dois aproveitem o máximo possível o relacionamento sexual, que não faltem carícias, palavras bonitas e elogios. Não marquem horário para manter a sua relação. Houve a atração entre o cônjuge, parta para cima”, pontua.

Dentro de um relacionamento conjugal a mulher tende a ser mais sonhadora e romântica e, muitas vezes, ela sofre mais quando falta romantismo na relação. A pastora da Igreja Batista Nova Filadélfia em Bangu, Hozana Lemos, afirma que o romantismo é fundamental para se tornar um casal sexualmente saudável. “A menina cresce pensando no seu príncipe: o Ken da Barbie. Ao começar a conviver, dá de cara com o Shrek. Aí vêm as represálias por parte da mulher: ela faz greve. É preciso resgatar o romantismo. Se ele não ajudar, você, mulher, faz sua parte. Compra para ele algo que o incentive a retribuir o seu gesto. E assim a semente plantada vai dar muito fruto”, afirma.

Os benefícios de uma vida sexual bem resolvida

A frequência do sexo depende de casal, é o que explica a sexóloga Selma Marques. O importante, segundo ela, é saber se essa frequência está adequada para ambos, ou seja, se o casal está satisfeito com a procura sexual um do outro. “A atenção deve ser voltada para a qualidade do relacionamento sexual e não para quantas vezes ele ocorre. Às vezes uma pequena mudança no comportamento pode melhorar a frequência sexual, como: ir para cama mais cedo, programar a relação sexual, principalmente para o casal que tem criança pequena, pensar em sexo etc.”, acrescenta. Ainda, de acordo com a sexóloga, para que haja um relacionamento sexual saudável, uma das condições básicas é que o indivíduo esteja bem fisicamente, com a integridade do órgão genital, do sistema circulatório, neurológico e endócrino, que são estruturas participantes na hora do sexo. Ela ainda ressalta que, mesmo em um corpo sadio, o aparelho sexual é altamente vulnerável à tensão emocional, como, por exemplo, ansiedade e angústia.

Mas como ter uma vida sexualmente saudável sem diálogo? Como o parceiro saberá o que agrada ou não o outro na hora do ato sexual? Para isso, é preciso uma comunicação clara e sem reservas. A pastora Hozana Lemos ressalta que falta um diálogo franco entre os casais e que conversar é fundamental para ter uma vida sexual bem resolvida. “Eu não posso querer que meu cônjuge tenha o dom da adivinhação. Precisamos nos relacionar com clareza em todos os aspectos. Nunca deixem o diálogo acabar entre o casal. Não coloque seus filhos em sua cama – se possível, que eles tenham o quartinho separado. Não permitam que opiniões externas definam seus projetos. Respeitem sempre um ao outro e jamais falem mal do cônjuge à outra pessoa, exceto em caso de aconselhamento”, orienta.

Segundo a sexóloga Selma Marques, a relação sexual, quando satisfatória, propicia ao casal atitudes de carinho, intimidade, cumplicidade e sentimento de felicidade. “Casais que vivem e experimentam uma vida sexual plena de realização e prazer gozam de alguns benefícios, como: o relaxamento que o orgasmo traz e propicia um sono melhor, devido à ação de neurotransmissores que agem no organismo com mais regularidade; os níveis de estresse tendem a diminuir, não só pela estabilidade emocional, mas pela redução da atividade do cortisol (chamado de hormônio do estresse); a pele e os cabelos ficam mais bonitos, devido ao aumento dos níveis de estrogênio e testosterona”, explica. Ela ainda destaca que uma vida sexual ruim pode culminar em separação. Selma afirma que o casal perde a intimidade, ocorre a falta de confiança e a ausência de sentimentos primordiais para o relacionamento, como carinho, paciência e companheirismo.

A pastora Hozana diz que a relação sexual é um frescor na vida do casal, é por isso que dizemos que dá prazer. Ela aproveita para dar algumas dicas e conselhos para ajudar na relação conjugal: “Nada como um quarto bem arrumado, um perfume suave nos lençóis, uma lingerie nova e uma mensagem romântica durante o dia. Quem tem filhos, pode mandar, de vez em quando, as bênçãos para a casa dos avôs, para dar um ar romântico na casa e no quarto do casal. No último encontro de casais colocamos frutas e suco de uva na cama para os casais, e uma lingerie nova, que cada cônjuge comprou para seu par. Foi um momento só deles. O casamento precisa desse investimento. É uma maneira eficaz de apimentar a relação do casal. Lembrando sempre que somos livres para desfrutar dessa maravilha que Deus deixou para nós”, finaliza.