Na escola de meu filho vai ter festa junina, posso deixá-lo participar?

Sempre que chega essa época do ano (junho/julho) muitos crentes ficam com a pulga atrás da orelha com relação às famosas festas juninas. Posso ou não posso participar? Estarei cultuando santos se participar? Estarei cometendo algum pecado participando desse tipo de festa? Na escola de meu filho vai ter festa junina, posso deixá-lo participar? Na minha rua o pessoal está organizando uma festa junina, devo contribuir e estar em meio a eles?

Duas respostas têm sido dadas a esta pergunta. Primeiro, há os que dizem “sim”, uma vez que entendem as festas juninas como celebrações cristãs. Afirma-se, nesse caso, que estamos diante de festejos ligados a personagens bíblicos tais como João Batista, Pedro e Paulo e isso, por si só, legitima tais festas como integrantes do calendário cristão. Essa é a posição defendida pela Igreja Católica Apostólica Romana .

Outros respondem com um absoluto “não”. Entendem que o modo como o Catolicismo Romano ensina sobre os santos não é bíblico. A Bíblia não prescreve nenhuma festa ligada aos profetas ou apóstolos, muito menos a nenhum ser humano canonizado pela igreja. Não há espaço para a crença em santos mediadores. Segundo as Escrituras “há um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (1Tm 2.5). Essa é a posição defendida pela maioria dos evangélicos tradicionais.

Os evangélicos não concordam e não participam das festas juninas porque, na verdade, essa é uma celebração a santos. As comidas e as danças, longe de ser apenas uma diversão, são oferecidas a eles. A festa junina não é cultural, puramente falando. Mas é religiosa, associada ao culto de santos. A Bíblia é muito clara em relação à idolatria e à exortação a não cultuarmos outros deuses (leia 1 Sm. 15: 23; At. 17:16; 1 Co. 01:14; e Gl. 5:20. Sobre comida sacrificada aos ídolos, leia At. 15:20; Rm. 14:15-21; 1 Co. 8;10:25-33).

A opinião do pastor Ricardo Espindola, vice-presidente da Igreja Batista Central de Brasília, publicada na internet, segue essa linha. “A festa junina não é cultural, puramente falando, mas, sim, da cultura religiosa, e da religião cristã católica, associada ao culto de santos, como santo Antônio e outros. Onde um crente protestante poderia coadunar com isso? Quer pamonha, curau, milho verde, cachorro quente? Faz em casa e reúne os amigos. Mas ir a uma paróquia participar é meio contraditório. Se for assim, vamos participar de todo ritual religioso professado no Brasil como ritos de umbanda e candomblé, orientais e outros que também oferecem a deuses e guias comidas e festas”, afirma o pastor.

Para o pastor Édio Valença é bem mais instrutivo, bíblico e edificante explicar a criança as razões pelas quais ela não participará da festa junina. “As festas juninas, aparentemente inofensivas, enquadram-se na mesma categoria das outras festas pagãs. A festa junina tem sido uma grande arma na mão do maligno e, por meio dessa arma, tem conseguido atingir milhares de famílias “cristãs”. Aproveito a oportunidade e faço um apelo aos pais, para que evitem que os filhos participarem dessas comemorações promovidas pelos colégios, associações ou outras entidades. Já basta de tantos enganos. Fechemos as portas para essa demônio que sutilmente tem achado brecha nas nossas vidas. A Bíblia diz: “portanto, quer comais ou bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1 Cor. 10:31). Tudo que fazemos deve glorificar o nome do Senhor. As festas juninas e suas comidas dedicadas ao santo, não glorificam o nome do Senhor. …”Isto é coisa sacrificada a ídolo, não comais (1 Cor. 10:28). A Bíblia ainda diz, em Provérbios 27:20: “O inferno e a perdição nunca se fartam, e os olhos do homem nunca se satisfazem”. Também sabemos que “um abismo chama outro abismo”, como narra o Salmos 42:7.”