Um jovem rapaz do interior vivia, em sua cidadezinha, uma vida cristã fervorosa e sincera, congregava em uma igreja viva, temente e militante. Sua vida cristã era muito levada a sério, tinha momentos a sós com Deus todos os dias na meditação e oração. Chegou o tempo de cursar o nível superior, e por isso teve que se mudar para a cidade grande. Chegando lá, procurou selecionar, o melhor possível, suas companhias, entre as quais conheceu um rapaz também cristão, filho de um pastor renomado daquela cidade e com ele começou uma grande amizade. O Jovem rapaz e o filho do pastor daquela cidade, apesar de professarem a mesma fé, possuíam comportamentos absolutamente diferentes. Mesmo intrigado, o jovem rapaz não fez questionamento algum a não ser observar e detectar a razão das diferenças de práticas cristãs, até que um dia o amigo lhe convidou para uma reunião em sua igreja e a partir daí congregaram juntos.

Certo dia, os jovens da igreja foram conversar, e perguntaram o jovem rapaz o que ele estava achando da nova experiência; ao que disse aos demais: “Vocês estão iludidos e perdidos, estão seduzidos pelo mundo mesmo estando dentro da igreja. Vocês não oram, não conhecem a Bíblia, que é a palavra de Deus, vocês não resistem aos pecados e encantos do mundo sedutor, faltam-lhes unção, autoridade divina, temor a Deus e humildade. Vocês se importam mais em satisfazerem suas vidas promiscuas, deleitando-se em ilusões e não buscam relacionamento com Deus e seu Espírito. Vocês cantam, mas não adoram, vocês gritam nas canções, mas não choram diante de Deus, vocês saltam nos cultos, mas seus joelhos não se dobram para oração.

Em suas conversas depois dos cultos observa-se com facilidade os largos sorrisos de felicidade, mas na hora da pregação ficam entediados e sonolentos. Vocês querem as plataformas, as cadeiras acochadas, o lugar no ministério de louvor, lutam por cargos eclesiásticos e outras posições ou coordenações que servem como símbolo de status e sinônimo de espiritualidade, mas vocês não querem se colocar debaixo da potente mão de Deus em humilhação e contrição. Vocês estão bem economicamente falando, estão ricos e confortáveis, seu templo tem do bom e do melhor, porém não há dentro dele a presença do Pai. Sinto falta da minha igreja humilde, porém cheia de Graça e pureza, o templo não é lá essas coisas, mas Deus lá é uma realidade. Lá não temos quase nada do que vocês possuem aqui, mas aqui vocês não tem nada do que temos lá. Lá nós sentimos Deus dentro da gente, aqui vejo que ele está do lado de fora como em Laodicéia.

Com lágrimas nos olhos o Jovem rapaz exclamava e dizia: Voltem-se para o Senhor e vivam intensamente a sua palavra, e sejam cheios do Espírito Santo, enquanto ainda há tempo! Abandonem o mundo e suas ilusões e busquem a face de Deus. Também com lágrimas nos olhos os demais cabisbaixos o ouviam e ao levantarem os olhos viram que o rosto do rapaz brilhava. Saíram dali tocados e sensíveis, voltaram a verdadeira prática da vida cristã e transformaram a vida daquela igreja e então surgiu um grande avivamento naquela cidade. Um avivamento verdadeiro e genuíno começa mesmo assim; dentro de nós.

Hoje esperamos tantas coisas acontecerem a nossa volta para dizermos que é sinal de avivamento, quando na verdade nada que aconteça fora pode nos avivar. Canções apenas tocam e emocionam, mas não avivam. Os cargos eclesiásticos, os cd’s e dvd’s gravados o nome na mídia e a luxuosidade dos templos que congregamos são efêmeros e transitórios. São tantas coisas que estão a nossa volta para nos encantar e iludir, que nos levam para o caminho da sedução dentro da casa do pai. Como o jovem rapaz desta história precisamos viver o autêntico cristianismo que leva-nos a um avivamento capaz de influenciar outras pessoas e mudar rumos da história.