Os irmãos Adriano Teixeira, 23 anos, e André Teixeira, 22, são pastores consagrados recentemente pela AD Madureira

Por Monique Suriano
moniquesuriano@yahoo.com.br

Na última consagração de pastores da Igreja Assembleia de Deus Ministério Madureira, presidida pelo Bispo Manoel Ferreira, realizada no dia 14 de setembro em Volta Redonda, Adriano Gomes Teixeira, de 23 anos, e André Gomes Teixeira, de 22, estavam entre os ministros que receberam o título de pastor. A inusitada consagração desses jovens, ainda solteiros, vem despertando a curiosidade das pessoas que perguntam se realmente é possível exercer um cargo tão importante com tão pouca idade. Para responder essa e outras perguntas, o JRE entrevistou os estudantes de direito Adriano e André, filhos da pastora Edina Gomes Teixeira e do pastor José Pedro Teixeira, presidente da Catedral das Assembleias de Deus em Santa Cruz. Leia na íntegra.

JRE: Como foi a experiência de conversão de vocês?
Pr. Adriano e Pr. André: Ao contrário do que muitos pensam, filho de crente não é crentinho. Nós fomos criados na igreja, mas existiu um momento em nossas vidas em que nós decidimos aceitar a Jesus. Mesmo sendo pastor, meu pai nunca obrigou os filhos a serem cristãos. Essa foi uma decisão nossa, buscar uma comunhão com Jesus Cristo e amar a sua obra.

JRE: Ter nascido em berço evangélico favoreceu?
Pr. Adriano e Pr. André: Com certeza. Porque quem nasce em berço evangélico e não se desvia do caminho, não perde tempo com as coisas do mundo.  Na parte espiritual, os hábitos contínuos de leitura da palavra, oração, jejum, em fim da conduta reta, fazem a diferença lá na frente. Agora, na questão ministerial nem tanto, porque depende muito da chamada de cada pessoa. Existem irmãos que entram na igreja e em menos de cinco anos podem estar sendo consagrados a pastores. E existem pessoas que vão passar a vida toda sendo diácono, até porque isso não é uma carreira profissional e sim um chamado ministerial. Claro que pelo fato de sermos filhos de pastor, e convivermos diariamente coma rotina de um ministro, temos a facilidade de lidar com as dificuldades, sejam elas espirituais ou administrativas. Mas se você tem o chamado de Deus, não importa se você é filho de pastor ou não. Até porque é Deus quem ungiu.

JRE: Ser pastor sempre foi objetivo de vida para vocês?
Pr. Adriano e Pr. André: Não. Nunca sonhamos em ser pastor. O fato é que sempre estivemos envolvidos na obra e naturalmente fomos nos interessando mais pelas coisas da igreja, até que percebemos o chamado de Deus para nossas vidas. Um exemplo foi no ano de 2010, quando no momento da consagração ao diaconato, o pastor Abner Ferreira decidiu nos consagrar direto ao presbitério dizendo que nós já éramos diáconos há muito tempo.

Vocês se sentem preparados para exercer o cargo de pastor?
Estamos nos preparando para tudo, porque nem sempre as coisas saem da forma como planejamos ou projetamos. Mas nós sempre estamos buscando a preparação para tudo, e isso é um viver diário. Ainda mais agora como pastor. Graças a Deus tivemos uma boa escola com o nosso mestre e pastor doutor José Pedro Teixeira.

Existem críticas pelo fato de vocês ainda não serem casados?
Existem sim.  Até porque a presença da esposa na vida de um pastor é fundamental. O grande problema é que a sociedade fez um padrão para o cargo de pastor, e um dos principais critérios é ser casado. O apóstolo Paulo, que escreveu mais de 60% do novo testamento, era um homem solteiro.  O fato de não ser casado, não significa que a pessoa não está preparada. A conduta vale muito mais do que o fato de ser ou não casado. Mas pelo fato de sermos jovens pastores de um ministério forte e bem solidificado, que nos permite ter um tempo maior para a exclusiva dedicação à vida ministerial, no tempo certo Deus nos dará nossas esposas.

E como vocês estão lidando com as críticas?
Normal. São sempre as mesmas cobranças sobre casamento e idade. Porém, com trabalho e dedicação nós provamos que estamos mais que qualificados para exercer essa função tão honrosa que é ser pastor e pastor do ministério de Madureira. Sem contar que temos Deus a nosso favor, afinal é Ele quem nos honra e é Ele quem nos justifica diante dessas pessoas que tentam impor barreiras.  Nossos colegas de faculdade estão sempre indagando sobre o fato de sermos pastores tão novos e estarmos abrindo mão da juventude, das boates, bebidas. Nossa resposta para eles é que quando você tem uma convicção firme daquilo que você busca para tua vida, a tua idade ou o meio que você vive não significam nada. Esses prazeres momentâneos não saciam a alma, por isso não nos fazem falta. Servir a um Deus que está a cima da religião é a melhor coisa do mundo.

Qual é a vantagem de se ter um jovem pastor na igreja?
Acreditamos que seja a abrangência de pessoas que você consegue alcançar. Pastores mais experientes se comunicam melhor com pessoas mais experientes e pastores jovens se comunicam melhor com pessoas mais jovens. Isso nos ajuda muito na parte do discipulado, por exemplo. Graças a Deus nosso pastor presidente é um homem maduro, mas com uma mente muito jovem e Deus colocou no coração dele a vontade de consagrar ministros jovens exatamente para arrebanhar com mais facilidade esse grande número de jovens que existem em nossa região.

Em que área vocês pretender focar no ministério de vocês?
Na Palavra de Deus. Estamos terminando o curso médio em Teologia pelo EETAD aqui da igreja, para nos tornarmos mais aptos ao ensinar a Palavra aos jovens. Vamos promover palestras sobre sexualidade, drogas, família, em fim, sobre os assuntos que mais mexem com nossos jovens.  Afinal de contas é a Palavra que liberta.