“O maior desafio é depender exclusivamente de Deus financeiramente”, revela Leonardo Gonçalves.

Por Monique Suriano
moniquesuriano@yahoo.com.br

O JRE valeu-se da vinda do cantor Leonardo Gonçalves ao Rio de Janeiro, para o Congresso de Jovens na Catedral das Assembleias de Deus em Santa Cruz (Cadesc) e fez uma entrevista especial contando detalhes da vida de um dos mais renomados artistas gospel do país. Leonardo Gonçalves tem 35 anos e é casado com a cantora Daniela Araújo. Faz parte de uma família de músicos ligados à Igreja Adventista do Sétimo Dia, da qual também é membro. Morou muitos anos no exterior, ainda na infância, passando por Estados UnidosInglaterra e Alemanha. Na entrevista ele fala sobre sua vida ministerial e financeira, entre outros assuntos. Confira!

JRE: Você nasceu em berço evangélico
Leonardo Gonçalves: O meu testemunho é muito simples. Eu nasci na igreja, cresci na igreja, comecei a cantar na igreja e é o que eu faço até hoje. Eu sou a 5º geração de evangélicos da família.

JRE: Sendo da Igreja Adventista, como você lida com as diferenças denominacionais?
Leonardo Gonçalves: Eu canto em todo tipo de evento, em todas as denominações. Onde me convidam eu vou. Independentemente de qualquer coisa acho que não existe privilégio maior do que saber que estou nas mãos do onipotente Deus, que estou ao seu dispor, que estou realizando a vontade d’Ele mesmo sendo fraco, falho, mesmo que não haja em mim coisa alguma que pudesse atrair o seu olhar. Mas o Deus que nos chama é o Deus que nos capacita, por que Ele capacita os escolhidos e não escolhe os capacitados.

JRE: Qual o seu maior desafio como músico cristão?
Leonardo Gonçalves: Para a gente que tem um ministério da música itinerante, o maior desafio é depender exclusivamente de Deus financeiramente. A gente não tem um salário fixo, a gente nunca sabe como será o mês seguinte. Eu vim de uma família estável, sou formado em Letras, morei fora por 13 anos e já estava encaminhado profissionalmente como professor de escolas biligues. Abrir mão dessa estabilidade pela incerteza e insegurança do ministério foi um desafio muito grande para mim. Hoje as pessoas reconhecem o meu trabalho, mas os primeiros cinco anos de ministério foram absolutamente enviáveis financeiramente. Mas eu insisti e persisti, porque eu tinha convicção de que era da vontade de Deus. Eu creio que Deus sustenta a gente muitas vezes com menos do que a gente acha que precisa. Então meu maior desafio nesse sentido é depender totalmente do Senhor.

Como é a sua busca pela comunhão diária com Deus no seu dia a dia?
Primeira coisa; eu tento controlar minha agenda para que ela não fique sobrecarregada a ponto de eu não ter tempo pra mim, para minha família, e para o meu relacionamento com Deus. O meu limite são 12, 15 eventos por mês, se passar disso é procedência maligna (risos).
Brincadeira… Mas pra mim é o que funciona. Em julho de 2008 eu cantei 31 vezes e descobri que é um sacrifício que Deus não pede de ninguém. Eu testei meus limites e descobri que para se ter um ministério longínquo é necessário impor limites. Se não o desgaste pode te roubar a alegria e o prazer em servir ao Senhor. Pode soar muito egoísta isso, mas acho que Deus não pede que ninguém se desgaste ao ponto de prejudicar a si próprio e a sua família. Segunda coisa: No dia a dia, quando eu não estou viajando e cantando eu busco descansar, tento não inventar moda, não inventar coisa para fazer.

Que dica você deixa para o jovem que deseja fazer a diferença e ter um ministério frutífero?
Ter um ministério frutífero não significa ter um ministério grande, que alcance muita gente, que seja nacionalmente reconhecido. Para mim um ministério frutífero é fazer a vontade de Deus; é servi-lo com zelo e fervor. A vontade de Deus sempre vai ser grande independente de onde quer que você esteja. Deus vai transformar aquilo em algo grandioso porque nada nas mãos de Deus é pequeno. Ainda que os homens não reconheçam, Deus reconhece.